O alastramento do novo coronavírus está afetando diversas áreas e, no Caminho, vários
eventos estão sendo cancelados, um após o outro. Ainda, ao redor do mundo, o medo de
algo que não podemos enxergar está colocando a preocupação e a desordem em nosso dia
a dia. Para aqueles que estão sofrendo com a mudança do cotidiano, da economia e, é
claro, devido à doença, expresso do fundo do coração minhas condolências e oro para que
esta situação melhore o mais depressa possível.
Bem, desde o surgimento do novo coronavírus, passamos a perceber diversos
problemas relativos ao comportamento do ser humano.
Em primeiro lugar, a preocupação e o medo com relação ao vírus, um elemento que não
podemos enxergar, está trazendo desordem à sociedade e, em meio a isso, o egoísmo do
ser humano de repente passou a tomar controle do mundo. Há pessoas que aumentam o
risco de infecção através de seu comportamento egoísta. Outras esbravejam dizendo que
essas mesmas pessoas (egoístas) são as culpadas. E ainda há os que zombam de todos,
achando que o problema não é seu e, ainda por cima, espalham boatos sem fundamento,
estimulando assim a confusão e o conflito.
Contudo, com o decorrer dos dias, sinto que o mundo está aos poucos se acalmando,
pois o egoísmo está gradualmente sendo controlado e os conflitos e a discriminação estão
diminuindo pouco a pouco.
Como estou escrevendo este texto em meados de março, não faço ideia de como a
situação ficará. Porém, recentemente, em meio a toda esta crise, começou a surgir aos
poucos pessoas que, em prol daqueles que estão passando por dificuldades, procuram
algum meio de ajudar. Sinto o calor do coração dessas pessoas como a chegada da
primavera.
No ensinamento, é dito que “o espírito é o único bem próprio”. É ensinado que o uso
espiritual se torna a razão, e essa razão, conforme o uso espiritual, se manifesta em forma
de doença ou problema circunstancial. Se pararmos para observar o estado do mundo nos
dias atuais, sinto que o novo coronavírus surgiu a partir da razão de nosso “egoísmo” e
“discriminação”.
No mundo atual, nossos líderes estão debatendo tendo o “egoísmo” e a “discriminação”
como sinônimos de justiça, visando apenas os próprios êxitos, plantando aí,
consequentemente, a semente dos conflitos e passando a julgar como “maus” aqueles que
se opõem. A nível individual, a fraude e a corrupção se manifestam, fazendo com que o
abuso e a provocação não tenham fim.
Acredito que o “egoísmo” seja um instinto natural que está ligado diretamente ao
sentimento de desejo do homem. Por isso, o comportamento de uma criança pequena é, de
certo modo, egoísta, e todos nós carregamos isso conosco. Acredito que seja o “egoísmo” o
‘ponto inicial’ para refletir a respeito do uso espiritual das oito poeiras (a mesquinhez, a
cobiça, o ódio, o amor próprio, o rancor, a raiva, a ambição e o orgulho).
O homem tende a ser egoísta por ter-lhe sido concedido o livre arbítrio. Em
contrapartida, possuímos o próprio espírito que pode por si mesmo eliminar o egoísmo a fim
de ajudar o próximo. Temos ainda o espírito de gratidão, o de salvação, e também o espírito
de querer ser útil ao outro. E quando esses sentimentos se manifestam, nosso coração se
enche de alegria. Na minha opinião, é justamente isso que nos faz ‘humanos’ e nos
diferencia de outros animais.
Há um verso do Ofudessaki, Escrituras Divinas, que faz referência à cólera, doença
infectocontagiosa que abalou o mundo na era Meiji (1867~1912):
Aquilo que o mundo chama de cólera,
é um aviso do pesar de Tsukihi. XIV-22
Neste cenário em que um problema de escala mundial ocorre, há a impaciência e o
pesar de Deus Parens com relação a seus queridos filhos, e Ele espera que tomemos esse
problema como um aviso.
Mas o que será este pesar a que Deus Parens está se referindo?
No livro publicado pela Igreja Mor Yamana intitulado “Primeiro condutor e esposa -
biografia”, há uma narrativa do primeiro condutor, Kunissaburo Moroi, que diz o seguinte:
"Na época em que Oyassama estava fisicamente presente, a grande maioria de suas
explanações era sobre o mar de lama. Entretanto, antes de explanar, Oyassama sempre
dizia as seguintes palavras: ‘Atualmente, por não conhecerem a origem, as pessoas do
mundo inteiro invejam e odeiam uns aos outros, nutrem o rancor e, contanto que tudo esteja
bem consigo mesmo, agem de forma egoísta. Em casos mais severos, tornam-se inimigos,
lutando uns contra os outros. Isso é inevitável, pois nunca ouviram falar sobre a origem.
Entretanto, se continuar desta maneira, os pais matarão os filhos e os filhos matarão os
pais. Isso é insuportável de se ver. Logo, devem ouvir a respeito da origem.’ Após transmitir
estas palavras, explanava sobre o mundo de mar de lama e, ao final, dizia ‘Por isso, todos
devem viver em harmonia".
As pessoas do mundo inteiro invejam e odeiam uns aos outros, sentem rancor e,
contanto que tudo esteja bem consigo mesmo, agem egoisticamente. Nos casos mais
graves, tornam-se inimigos, lutando entre si. Acredito que seja esse o pesar a que Deus
Parens e Oyassama se referem. Ainda, quando a situação permanece dessa forma, os pais
acabam matando os filhos e os filhos, os pais. E, para o verdadeiro pai de todos os seres
humanos, queridos filhos que habitam este mundo, é muito penoso de observar isso. Sinto
que é exatamente esta a situação em que nossa sociedade se encontra atualmente.
E, ao finalizar sua explanação a respeito da origem deste mundo e dos seres humanos,
Oyassama concluía: ‘Por isso, todos devem viver em harmonia’.
Dando continuidade ao trecho do Ofudessaki citado anteriormente, temos:
No mundo, acontece o mesmo com todas as pessoas:
têm o espírito que só se desanima. XIV-23
Doravante, reformando firmemente o espírito,
tornem-no repleto de alegria. XIV-24
Tsukihi criou os seres humanos
por desejar ver o viver alegre e feliz. XIV-25
No mundo, por não conhecerem esta verdade,
todos estão somente a desanimar-se. XIV-26
Em outras palavras, o espírito das pessoas ao redor do planeta está muito distante do
‘viver alegre e feliz’ tão desejado por Deus Parens. Se continuar assim, por mais que o
tempo passe, o mundo de vida plena de alegria e felicidade almejado pelo Parens nunca
chegará, por isso, Oyassama ressalta que devemos conhecer a origem da criação humana
o mais depressa possível, renovar o nosso espírito e torná-lo repleto de alegria.
No mundo de hoje, sinto como se o “egoísmo” e a “discriminação” soprassem
violentamente como uma tempestade intensa.
Entretanto, aos olhos do Deus original e verdadeiro que criou o mundo e os seres
humanos, todas as pessoas do mundo são seus queridos filhos. Por isso, devemos
compreender o imenso amor parental do Parens que se preocupa com o destino de seus
filhos e, a fim de corresponder ao desejo de que ‘todos devem viver em harmonia’,
devemos, mais do que nunca, esquecer o espírito de “egoísmo” e “discriminação” e trocar
pelo “espírito alegre de salvar o próximo” e nos empenhar em busca da nossa evolução.
Ainda, para poder mudar o espírito de todos, vamos realizar animadamente o serviço
sagrado e a salvação. Só assim conseguiremos mudar o rumo deste mundo, não é mesmo?
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