sexta-feira, 24 de novembro de 2017

SAUDAÇÃO DO PRESIDENTE MUNDIAL DA ASSOCIAÇÃO DOS MOÇOS DA TENRIKYO

Saudação do Presidente Mundial da Associação dos Moços

As minhas sinceras felicitações pela realização da Assembleia Geral da Associação dos Moços do Brasil na data de hoje, tendo em vista os Cem Anos de Fundação da Associação dos Moços da Tenrikyo. Ainda, os meus sinceros agradecimentos a todos os associados que têm se dedicado diariamente nas atividades da Associação dos Moços cada qual na sua posição.
Nesta oportunidade, gostaria de expressar o meu pensamento a todos.
A Associação dos Moços da Tenrikyo completará 100 anos de Fundação no ano de 2018. Visando o Centenário, a Associação do Moços tem como objetivo “voltar às origens e começar a partir do um”, ou seja, voltar ao espírito da fundação. Espero que as atividades possam ser realizadas pensando no futuro de 20, 30 anos.
Na 92ª Assembleia Geral da Associação dos Moços realizada na Sede, o Shimbashira disse: “A juventude é um período em que se faz preparativos para o futuro. Cada uma das experiências acumuladas no dia a dia de nossas vidas irá compor a base para a maturação futura. Gostaria que avançassem sem ter medo de errar, valendo-se das forças físicas e mentais jovens, próprias das pessoas da idade de vocês, sem falar do longo tempo que ainda têm pela frente, com a possibilidade de recomeço, e usando tudo isso para a própria maturação espiritual”. Nessas palavras, ele está nos orientando o quanto é importante a formação de si dentro do convívio diário. Desejo que avancemos rumo ao Centenário de Fundação, tendo firmemente essas palavras em nossos corações.
A Associação dos Moços da Tenrikyo foi fundada no dia 25 de outubro de 1918. O sentimento de “querer transmitir para o mundo este ensinamento” e de “querer buscar cada vez mais este ensinamento e evoluir o espírito”, todo esse ímpeto natural que os jovens da época não conseguiam controlar passou a concentrar-se em um único espaço, isso foi o que deu origem à Associação dos Moços. Assim, nesta oportunidade, quando se diz para voltar às origens, significa que temos que passar da mesma forma como os precursores dessa época. Cada associado deve sentir a alegria da fé, passar os dias com alegria, buscar naturalmente o ensinamento, procurar se tornar uma pessoa que queira transmitir e evoluir. Ainda, desejo que o ambiente da Associação dos Moços possa se tornar locais atrativos onde os associados possam pensar “se for lá, eu quero ir novamente”. O que define se uma associação filiada é atrativa ou não são as pessoas desse lugar. Para se tornar uma Associação dos Moços onde qualquer pessoa deseje vir, ou para se tornar uma pessoa que caminhe em qualquer momento com alegria, é importante que cada um aqui presente mude e lustre o seu próprio espírito. Com base nisso, gostaria de falar sobre as atividades desta ocasião.
Nesta oportunidade, divulgamos o lema “mova o espírito e expanda o mundo”, para que cada associado dedique de frente na prática missionária e na busca do ensinamento. Primeiramente, sobre a parte “mova o espírito”, que está em relação com a busca do ensinamento, gostaria que cada associado colocasse em prática a vida plena de alegria e felicidade no seu dia a dia. Sobretudo, uma prática voltada a partir dos próximos, com um foco especial na relação entre pais e filhos e entre marido e mulher. Em seguida, sobre a parte “expanda o mundo”, relacionada à prática missionária, penso que não devemos nos deixar levar somente pelo número ou pela força das ações realizadas até hoje, pois o mais importante é as pessoas estarem firmemente ligadas à salvação, fazendo a “divulgação de coração para coração”. De modo específico, desejo que avancemos na prática da salvação trazendo as pessoas à igreja e tendo como slogan de incentivo “trazer uma pessoa nova para fazer a reverência”.
Em outras palavras, antes de mais nada, precisamos direcionar uma seta para o nosso próprio coração, tendo em mente a “dedicação aos pais e a harmonia entre o casal”, e mudar o nosso espírito através disso. Ainda, nós devemos transmitir a alegria sentida nisso para as pessoas que encontramos em nossa caminhada durante a divulgação ou para as pessoas próximas que ainda não são seguidoras, conduzi-las para a igreja, explanar sobre o ensinamento e promover a salvação. Nas atividades do centenário, esse é o ponto principal.
Durante as atividades decenárias, eu consegui caminhar animado na divulgação para cumprir o que eu havia determinado. Ao refletir sobre essa caminhada, embora saísse para transmitir o ensinamento da vida plena de alegria e felicidade às pessoas, eu não estava praticando em nada a vida plena de alegria e felicidade no meu cotidiano.
Assim, quando foi anunciado as atividades desta ocasião, comecei a pensar em formas de como contentar as pessoas a minha volta e os meus pais e coloquei-as em prática. Com isso, percebi que a alegria que concedia aos outros voltava para mim, e o meu cotidiano se tornava cada vez mais alegre. A relação de pais e filhos, marido e mulher, é algo que está sempre próximo de nós, mas quando é para praticá-la, ficamos envergonhados, por isso, é necessário ter muita coragem. Eu também era assim. As relações mais próximas de nós entre pais e filhos, marido e mulher, são as coisas mais importantes para a concretização da vida plena de alegria e felicidade. Acredito que Deus não se contentará se não houver a harmonia na família, mesmo que estejamos praticando a vida plena de alegria para as pessoas de nossa volta ou andando todos os dias na prática da divulgação.
Na sociedade atual, existem muitas pessoas que estão sofrendo com a relação entre pais e filhos, marido e mulher. Creio que dentre as pessoas reunidas aqui hoje possivelmente haja pessoas assim. Quanto pior for a relação entre pais e filhos, marido e mulher, acabamos sempre culpando a outra pessoa: “não é minha culpa, é culpa do meus pais, é culpa da minha esposa”. É claro que em determinadas situações a culpa é da outra pessoa. Contudo, por mais que desejemos que a pessoa mude, ela não mudará. No fim das contas, se a própria pessoa não mudar, o outro não mudará. Por isso, visando o Centenário, foi estabelecido “a mudança de si”. Ainda, mesmo aquelas pessoas que pensam “me dou bem com os meus pais e com minha esposa”, na verdade, em grande parte das vezes, estamos causando preocupação a essas pessoas, o outro é quem está nos dando atenção. Além disso, penso que, mesmo que tenha harmonia, não podemos deixar de respeitar quando se deve respeitar, não sendo apenas simples amigos. O mais importante é fazer a mudança de si, pensar no que se precisa fazer para contentar mais os pais ou a esposa e colocar isso em prática. Se nós mudarmos, tudo mudará. A partir disso, sentiremos a alegria de coração todos os dias, e penso que é essa a vida que nos aguarda.  
A prática da vida plena de alegria significa conceder a alegria ao próximo, ou seja, plantar boas sementes. Como todas as sementes plantadas brotam, quanto mais boas sementes plantarmos na relação com os pais e esposa, com certeza, Deus irá nos mostrar fatos alegres. Porém, no seu inverso, se plantarmos más sementes, de insatisfação na relação com os pais, ou entre marido e mulher, com certeza, brotarão más sementes, ou seja, é a própria pessoa que passará por dificuldades.  
Oyassama ensinou que:
“Cada palavra é importante. Com o simples controle do uso das suas palavras, haverá harmonia na família” (Episódio da Vida de Oyassama – 137. Uma palavra).

O rumo de nossas vidas muda completamente de acordo com o uso das palavras, ao utilizarmos para animar e contentar as pessoas ou para machucar e se queixar.  
É difícil mudar o espírito, mas conseguimos mudar as palavras. Se mudamos as palavras, mudamos o espírito. Assim, mudando o espírito, a nossa própria vida e o nosso destino também muda.
No futuro, o meu desejo é que possam surgir pessoas dizendo: “a minha vida mudou por causa do Centenário”, “eu não estaria aqui hoje se não fosse aquele Centenário”. Espero fazer dessa ocasião “o Centenário que muda a vida”. Gostaria que todos os que estão aqui presentes possam mudar a própria vida e também das pessoas que estão sofrendo e aflitas. Para fazermos a nossa mudança, primeiramente, vamos plantar muitas sementes de alegria, utilizando palavras que possam sempre contentar os pais, a esposa e as pessoas em volta.
Eu penso que as atividades do Centenário irão construir o futuro da Tenrikyo. Como vimos nas palavras “época de voltar às origens e começar a partir do um”, o Centenário não é a linha de chegada, mas sim a linha de partida para construirmos o futuro da Tenrikyo. Para essa ocasião, antes de tudo, vamos pôr em prática a dedicação aos pais e a harmonia entre o casal, mudar o próprio espírito ao alegrar o outro e passar os dias dizendo “que gratificante, estou feliz, como é bom”. Também, sair para a divulgação para passar essa alegria a muitas pessoas, conduzi-las a igreja, transmitir os ensinamentos e acumular a prática da salvação. Acredito que o aumento desse tipo de associado estará construindo o futuro alegre do Caminho.
Hoje, eu fico muito emocionado quando penso que nós estamos construindo o futuro deste Caminho juntamente com todos que estão aqui presentes. Cada vez mais tenho grandes expectativas em relação ao futuro do Caminho. Gostaria que, daqui em diante, nos dedicássemos com todo empenho nas atividades do Centenário, para construirmos um caminho excelente de alegria e felicidade.
Transmiti aqui os meus pensamentos e faço disso as minhas palavras de saudação na Assembleia.


8 de julho do Ano 180 R.D.
Daisuke Nakayama

Presidente Mundial da Associação dos Moços

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

PRATICA DA VIDA PLENA DE ALEGRIA DIARIAMENTE

Palavras do Presidente Mundial da Associação dos Moços da Tenrikyo
Rev. Daissuke Nakayama. Mensagem enviada pelo aplicativo do Seinenkai 100 anos.

Gente, hoje é dia dos bons casais.
Será que os casados já fizeram algo para contentar suas esposas?
Quem ainda não fez, agradece falando "foi muito gostoso" depois do jantar.
Faz massagem depois de tomar banho, e fala "eu te amo" antes de dormir!!


Ser bom casal! A Vida Plena de Alegria e Felicidade! É só praticar!

terça-feira, 21 de novembro de 2017

PRÁTICA DA VIDA PLENA DE ALEGRIA DIARIAMENTE

Experiências na salvação do Presidente Mundial da Associação dos Moços da Tenrikyo
Rev. Daissuke Nakayama. Mensagem enviada pelo aplicativo do Seinenkai 100 anos.

 Outro dia, uma pessoa (Sr.A) contou para mim.
Quando Sr.A participou do Koshu de três dias, havia um homem (Sr.B) com rosto sério no mesmo quarto.
Sr. B nasceu e cresceu em uma igreja, porém  odiava Tenrikyo,  então ele veio para o Koshu sem querer.
Num intervalo,  Sr.A foi ao banheiro e encontrou o Sr.B,  abrindo a porta  falando: "por favor" e deixou ele entrar primeiro.
Depois disso, Sr.B teve oportunidade de fazer apresentação em frente de todos o participante do curso:
 "Sr.A abriu a porta para mim naturalmente quando  fui ao banheiro,  como  faria para qualquer outra pessoa. Eu trabalho no mundo, mas ninguém nunca tinha feito algo assim, eu  também nunca fiz nada parecido. Fiquei emocionado em  ver a atitude  dele. Sinto do fundo do meu coração, que pessoas da Tenrikyo são excelentes. Gostaria de me tornar uma pessoa que faz algo para os  outros." ele fez apresentação chorando bastante.
Talvez Sr.A agiu involuntariamente como usual, mas como resultado desta atitude mudou o coração do Sr.B.
É certamente nossa meta "Praticar a Vida plena de alegria e felicidade diariamente" para 100 anos de fundação.
Ter sempre o espírito de "querer contentar os próximos," mudar detalhes dos próprios atos.
Manter-se  sempre consciente e esforcemos em agir inconscientemente.
Treinemos diariamente para ser uma pessoa alegre.

Gostaria de praticar a vida plena de alegria e felicidade diariamente, a vida inteira,  para se tornar num Yoboku que contenta Deus-Parens e Oyassama mesmo que seja um pouco.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

COLUNA KAZE NOVEMBRO 17

Coluna Kaze – novembro de 2017

Boa tarde a todos. Estamos em pleno outono, época de clima bastante agradável. Como os senhores têm passado?
Bem, neste mês, gostaria de falar um pouco a respeito da comemoração dos 130 anos de fundação da Igreja-mor Heishin.

“Comemoração dos 130 anos de fundação da Igreja-mor Heishin”

Daqui a dois anos, no dia 30 de novembro de 182 R.D. (2019), será realizada a “Comemoração dos 130 anos de fundação da Igreja-mor Heishin” tendo a honrosa presença do Shimbashira, sua esposa e do sr. Daissuke Nakayama. Espero que os senhores, sem falta, abram suas agendas para esse dia.

“Preparação visando a Comemoração dos 130 anos de fundação da Igreja-mor Heishin”

Há cinco anos, com a dedicação sincera e verdadeira dos senhores, realizamos a cerimônia de minha posse como condutor da Igreja-mor Heishin. Porém, essa cerimônia de fundação da igreja é diferente. É uma cerimônia que consiste em trazermos um significado para esse importante marco de 130 anos de fundação. Quando refletimos sobre o significado de um marco como esse, sinto que seria uma grande pena se “apenas” comemorássemos o aniversário dos 130 anos com todos sempre muito atarefados, num evento onde se reúnem inúmeras pessoas, tendo ainda a presença ilustre do Shimbashira, sua esposa e do sr. Daissuke.
O meu desejo é que todos nós possamos receber o Shimbashira, sua esposa e o sr. Daissuke com sinceridade verdadeira e espírito evoluído, para que eles sintam com muito ânimo que foi maravilhoso ter vindo a esta igreja.
Para isso, espero que, com essa oportunidade, possamos dar o nosso máximo àquilo que não gostamos muito de fazer e mal conseguimos pôr em prática, apesar de normalmente termos em mente. Através de várias reflexões, penso que devemos colocar nossas forças, em especial, na “oratória de rua” e na “guia do Recinto Sagrado”.
A propósito, na opinião dos senhores, qual é a principal característica deste ensinamento?
“Coisa emprestada e tomada emprestada”, “vida plena de alegria e felicidade”, “salvar os outros é salvar a si mesmo”, podem surgir várias respostas. Acredito que todas estejam corretas, porém, em minha opinião, a principal característica deste caminho é que nós temos a Deus como nosso Pai, o qual chamamos de Deus Parens. Mesmo no Ofudessaki, Deus Parens menciona a si mesmo como “Pai”.
Ainda, em “Episódios da vida de Oyassama”, ep. 104 – “A fé em Deus...”, Oyassama ensinou:
“A fé em Deus... Pense que Deus é o mesmo que os pais que lhe geraram. Assim, sua fé será verdadeira”.
Isto é, acredito que o núcleo deste ensinamento se encontra no fato de que tomamos Deus como nosso Pai.

Nos referimos ao ensinamento deste caminho como o “ensinamento derradeiro”. Derradeiro, neste caso, é usado com o significado de conclusão, finalização, acabamento. No capítulo 3, “Razão da Origem” da Doutrina de Tenrikyo temos:

Assim, Ele esclareceu íntima e pessoalmente, através de Oyassama, a verdade de todas as coisas. É o acabamento dos seus ensinamentos, que têm sido instruídos como tratamento e fertilizante, adequadamente, de acordo com a maturação humana durante o longo processo de anos. Quer dizer que já têm sido instruídos nove décimos dos ensinamentos e, enfim aqui, foi-nos revelado, diretamente por Deus Parens, o seu
derradeiro ensinamento (dame no oshie), a última verdade ainda não revelada: a identidade do Parens original – com a intenção de incentivar o nosso sentimento de fraternidade e amor, dando-nos a convicção de que todos os seres humanos são seus
filhos e despertando-nos para a verdade de que somos todos irmãos, e remodelar o mundo naquele em que o Parens e nós juntos desfrutaremos num círculo familiar a vida plena de alegria e felicidade.

Como descrito acima, foi o Deus original, criador de todos os seres humanos, que transmitiu arespeito do caminho da dedicação única à salvação, que visa a vida plena de alegria e felicidade.
Como é do conhecimento dos senhores, em 26 de outubro de 1838, Deus Parens revelou-se ao mundo tomando Oyassama como seu sacrário. É dito que, até então, nove décimos do ensinamento já haviam sido ensinados.
Ou seja, historicamente falando, para a realização da vida plena de alegria e felicidade, nove de dez partes já foram transmitidas a nós através de grandes personalidades do passado.
Porém, não foi nos ensinado a última e mais importante parte e, por isso, nessa ocasião, o Deus original e verdadeiro revelou-se diretamente para transmitir tudo a respeito deste “ponto derradeiro”.
Esse “ponto derradeiro” diz respeito às graças de Deus Parens, seu amor parental e também à verdade da origem: quando, onde, quem, por que e como o mundo e os humanos foram criados.

Na parte 1 do Ofudessaki, temos:

Observando todos do mundo por todas as épocas,
não encontro quem tenha entendido o meu coração. Of. I-1
É natural que assim seja, pois nunca o expliquei,
não é sem razão que não saibam coisa alguma. Of. I-2
Desta vez, Eu, Deus, revelando-me diante de todos,
farei ouvir-me explicando os detalhes de tudo. Of. I-3
Embora estejam chamando este lugar de Jiba,
Morada de Deus, em Yamato, não sabem a origem. Of. I-4
Se ouvirem detalhadamente esta origem,
seja quem for, todos serão tomados pela saudade. Of. I-5
Se desejarem ouvir e vierem me procurar,
explicarei a original predestinação de todas as coisas. Of. I-6
Se Deus se revela e explica tudo em detalhes,
o espírito de todas as pessoas do mundo se animará. Of. I-7
Por apressar a salvação de todos igualmente,
começo a animar o espírito de todas as pessoas. Of. I-8

No verso cinco da parte 1, temos: Se ouvirem detalhadamente esta origem, seja quem for, todos serão tomados pela saudade. Quer dizer que, quanto à “verdade da origem”, às “graças de Deus Parens” e ao seu “amor parental”, se tivermos isso estabelecido firmemente no íntimo do espírito, não importa quem seja será tomado pela saudade de Jiba, Terra Parental dos humanos, e de Deus Parens, o Deus verdadeiro.
A propósito, no ensinamento deste caminho é ensinado que este mundo e os seres humanos foram criados por Deus Parens. Porém, os senhores sabem de que maneira os seres humanos forma criados?
Como os senhores devem saber, a primeira coisa que Deus Parens fez antes de conceber os humanos foi estabelecer o modelo de casal, que exerceriam a função de pai e mãe dos seres humanos.
Originalmente, num passado muito distante, não havia nada neste mundo caótico de mar de lama. Na origem deste mundo, não haviam pais e filhos, marido e mulher, irmãos ou amigos, apenas Tsukihi, Deus Parens, neste mundo triste e insípido.
Observando esta situação caótica, Deus Parens, julgando insípida esta condição, teve a ideia de criar os seres humanos e compartilhar da sua alegria, vendo-os viverem felizes, ajudando-se mutuamente.
Como mencionei anteriormente, a primeira coisa eu Deus Parens fez foi estabelecer o modelo de casal, que exerceriam o papel de pai e mãe dos seres humanos.
No mar de lama havia um sirênio e uma cobra branca. Atraiu-os para junto de si e reuniu as funções necessárias para fazê-los de modelo de casal humano e para a concepção dos seres humanos.
E então, o espírito de Tsuki-sama (Lua) entrou no corpo de Izanagui-no-mikoto, o Pai, e o espírito de Hi-sama (Sol) entrou no corpo de Izanami-no-mikoto, a Mãe. Dessa forma, ensinando lhes a providência da criação dos seres humanos, fez conceber no ventre da Izanami-no-mikoto novecentos milhões, noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove filhos.
Depois disso, ela permaneceu nesse lugar por três anos e três meses e, finalmente,
despendendo setenta e cinco dias, deu à luz a tantos filhos quanto o número concebido.
Chamamos de Jiba o local onde está assentado o Kanrodai, local onde os primeiros humanos foram concebidos. Por isso, dizemos Terra Parental, que significa terra natal. Ainda, é ensinado que Oyassama, Miki Nakayama, carrega a predestinação da alma de Izanami-no-mikoto, nossa mãe.
Mesmo após isso, durante muito tempo e através de um árduo trabalho, Deus Parens vem concedendo sua providência e cuidando de todos nós. Assim, aos poucos, nos tornamos esses maravilhosos seres que somos hoje.
Dizemos que fomos criados por Deus Parens, mas houve divindades que, na origem,
exerceram o papel de pai e mãe, e do ventre daquela que exerceu o papel de mãe, Izanami-nomikoto, nasceram-se os filhos da mesma maneira como os seres humanos nascem atualmente.
Por isso é nos ensinado que Deus Parens e Oyassama são os verdadeiros pais da
humanidade.
Assim, do ponto de vista de Deus Parens, somos todos seus queridos filhos.
Durante nossa vida, nos deparamos com doenças e dificuldades. Nesses momentos,
acabamos pensando que “isso aconteceu pois não agi corretamente. É um castigo!”, não é mesmo?
Porém, no ensinamento deste caminho, não existe “punição”, pois Deus Parens é nosso pai e, portanto, não importa o que ocorra, com seu amor parental, sempre desejará para seus filhos a vida plena de alegria e felicidade. Não importa o que aconteça, há sempre o amor parental de Deus Parens, que sempre anseia pela vida plena de alegria. Por isso, devemos voltar nosso espírito a Deus Parens e Oyassama, sempre acreditando que estamos sendo guiados a um caminho próspero. Devemos realizar a tarefa de enfrentar o nó e, mesmo dentro de dificuldades, devemos encontrar a alegria para poder superá-lo animadamente. Essa é a fé deste caminho. Se este ponto derradeiro de Deus Parens ser o Pai e a Mãe de toda a humanidade não estiver firmemente estabelecido no espírito, acabarão por achar que as coisas ruins que acontecem são castigos e punições, como é dito em outros ensinamentos.
Se ignorarem esse “ponto derradeiro” não compreenderão corretamente as coisas e poderão interpretar mal a intenção de Deus Parens e Oyassama.
A fé deste caminho consiste em termos o espírito agradecido pelas incessantes providências de Deus Parens e por seu amor parental, não importa em que situação nos encontremos.



“Por que oratória de rua?”

Tendo como fundamento da “divulgação” tanto a propagação do nome do Deus original e verdadeiro que criou os seres humanos como a transmissão sobre o amor parental de Deus Parens e sua existência, acredito que nós, yobokus, temos o dever de saber transmitir com as nossas próprias palavras a respeito de Deus Parens e seu amor Parental.
Para isso, espero que a oratória de rua sirva de estudos e de treino para que nós, yobokus, com o peito erguido, possamos transmitir a respeito do Parens com nossas próprias palavras sempre e a qualquer momento.

“Guia do Recinto Sagrado”

Em relação à guia do Recinto Sagrado, penso que a coisa mais importante quando
acompanhamos pessoas nas caravanas de ano novo, de primavera/outono, de regresso das crianças à Jiba, ou quando alguém vem visitar a igreja, é a correta transmissão a respeito de Deus Parens e seu amor parental.
Porém, a realidade é que muitos não carregam consigo a confiança relativa ao conhecimento da doutrina e acabam se atrapalhando em sua própria explicação, não é mesmo?
Nesse momento oportuno, espero que possamos tomar essa oportunidade para estudar a respeito da “razão da origem”, “Jiba”, “Oyassama”, para que, através do treinamento, possamos aprender um pouco mais sobre como transmitir o ensinamento.
Ainda, para que possamos enxergar o resultado disso, espero que realizem animadamente a guia do Recinto Sagrado.

Comunicarei mais detalhes aos senhores em uma data posterior. Visando a comemoração de nossa igreja, caminhemos com o espírito unido para que possamos ver os frutos de nossos esforços.

Peço desculpas, pois mais uma vez o texto ficou muito longo.

Muito obrigado.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin.

COLUNA KAZE OUTUBRO 2017

Coluna Kaze – outubro de 2017

Certa pessoa me disse uma vez que o “reconhecimento da própria predestinação” é algo difícil.
Em relação à predestinação, todos recebemos de Deus a liberdade do uso espiritual e, por isso, através de vários renascimentos e retornamentos, fomos acumulando até hoje tanto sementes boas quanto más.
Fazer mau uso espiritual pensando apenas em si, o que vai contra o desejo de Deus Parens pela vida plena de alegria e felicidade, é plantar a semente dos males. Desta semente, sairão raízes rígidas e teimosas que continuam a nascer mesmo que a cortemos. Isto obstruirá o nascimento das sementes da alegria, acarretando o surgimento de uma predestinação problemática. Pode-se dizer que os vícios ou maus hábitos das pessoas têm em parte o mesmo significado.
Então, se o plantio das más sementes se acumular demais, estará se afastando cada vez mais da vida plena de alegria e felicidade que Deus Parens tanto deseja.
Isto é um grande problema. Por isso, Deus Parens nos incentiva a mudarmos o espírito, a renovarmos o nosso uso espiritual e a retirarmos as más sementes que foram plantadas.
Portanto, é desejável que, em todas as ocasiões, as pessoas reflitam que, apesar da mente não se lembrar, se voltar ao passado (ou vida anterior), certamente será encontrada uma razão para aquilo que ocorre na própria volta, e se este motivo for uma má predestinação, o esforço para renovar o espírito torna-se indispensável. Porém, obviamente, não é fácil reconhecer algo de que não temos memória, por mais que nos digam para fazê-lo. E a autorreflexão torna-se ainda mais difícil quando somos afetados por alguma doença ou algum problema circunstancial, que são os nós.
Contudo, apenas a predestinação de que “as dívidas se acumulam” é uma verdade que se aplica a todas as pessoas do mundo.
É uma interpretação minha, mas acredito que Deus Parens, por ser o nosso parens verdadeiro, sempre deseja conceder as graças a todos os seus filhos, como sempre vem fazendo. Entretanto, pelo fato de o recipiente de nossa alma estar rachado ou quebrado, acabamos derramando-as e não conseguimos receber por completo as providências que poderíamos receber de Deus. No Ofudessaki temos:

Se as dívidas se acumularem gradualmente,
após haverá um caminho semelhante ao dos bois e cavalos. Of. VIII-54

Foi-nos dada a liberdade de usarmos o espírito livremente. Porém, em algumas vezes, até isso não conseguimos. Neste caso, não há como atingir a vida plena de alegria e felicidade. Pois então, por que as dívidas se acumulam?
Isto acontece quando não se reconhece as graças. Desde o início da criação do mundo e da humanidade até a atualidade, recebemos muitas graças divinas e amor parental que nem podemos imaginar. São realmente grandes graças. Em relação a essas graças, quantas pessoas existem nesse mundo que realmente sentem as graças e todos os dias e agradecem e praticam a retribuição?
Ainda, com o abrupto avanço da ciência nessas últimas décadas, a vida tornou-se muito mais prática. Em contrapartida, a quantidade de pessoas que agradecem a Deus pelas grandes graças vêm diminuindo radicalmente. Pior que isso, a quantidade de pessoas que agem como se estivessem “cuspindo para cima” vêm aumentando.
Por Deus Parens ser o verdadeiro parens, Ele não pune seus filhos. Porém, se agir de maneira qualquer, as dívidas se acumularão e o recipiente da alma que recebe as graças se danificará ao ponto de não mais conseguir receber as providências de Deus suficientemente.
Mais especificamente, o que acontece quando as dívidas se acumulam? Isso eu não saberia responder, porém, consigo ter uma pequena noção se der uma olhada no mundo de até agora.
Portanto, espero que pelo menos nós, fiéis, tenhamos a consciência de que as “dívidas se acumulam” e, com isso, pratiquemos o ensinamento do “acordar cedo, ser honesto e trabalhador”, pois este é o caminho para as dívidas não se acumularem.
Ainda, se receber um nó, como doença ou problema circunstancial, tenha como base de sua reflexão que as dívidas estão acumuladas e, assim, se desculpe com Deus Parens por ter lhe causado oyafuko, ou preocupação. Com isso, acredito que conseguirá ter uma boa reflexão.
Oyafuko significa não se importar com o amor dos pais, pensar que o que ganha deles é algo trivial, ignorar seus sentimentos, esperar ganhar demais deles e fazê-los se preocupar por sua causa.
Talvez sejam poucas as pessoas que desrespeitam aqueles que lhes deram à luz, porém, como é em relação a Deus Parens e Oyassama? Será que todos respeitam a Deus Parens e Oyassama como deveriam?
Sei que é difícil reconhecer a própria predestinação, porém, reconhecer o desrespeito a Deus Parens e Oyassama não é algo tão complicado assim.
Daqui para frente, vamos nos conscientizar sobre a dedicação a Deus Parens e Oyassama e rumar juntos para o caminho da evolução espiritual.

Muito obrigado.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

COLUNA KAZE AGOSTO/SETEMBRO 2017

Coluna Kaze – agosto/setembro de 2017

Para este ano, estabelecemos também o mês de julho como o mês de dedicação máxima. Agradeço do fundo do coração pelo empenho de cada um dos senhores tanto na “dedicação e condução” como na “divulgação e salvação”.
Então, hoje vou falar a respeito de Oyassama, Nossa Mãe.
Independentemente das condições, Oyassama, como sacrário de Tsukihi, viveu sempre seguindo firmemente as instruções de Deus Parens, o qual anseia ver a vida plena de alegria e felicidade entre os humanos.
Apesar de passar por perseguições e intervenções, e de ainda estar na mais profunda pobreza, Oyassama sempre dizia “do nó saem os brotos”. Assim, seguindo alegremente os ensinamentos de Deus Parens, estava sempre ansiosa pelo futuro promissor. O caminho da “dedicação única a Deus” (ter Deus ao centro de tudo) é o núcleo deste ensinamento, e Oyassama buscava rigorosamente que as pessoas compreendessem isso.
De um lado, Oyassama, como sacrário de Tsukihi, transmitia rigorosamente a razão do céu. Por outro, como uma verdadeira mãe na Terra, transmitiu a vontade de Deus Parens através da fala e da escrita e trilhou pessoalmente o caminho, guiando carinhosamente as pessoas. Em ambos os casos, atuava como verdadeiro Parens dos humanos.
Por mais mal educada ou leiga que fosse a pessoa, Oyassama, com seu grande amor de mãe, sempre a instruía carinhosamente.
Oyassama sempre dizia: “Não são os filhos que não compreendem. É o ensinamento do Parens que não os alcança. Se o ensinamento do Parens alcançar de canto a canto, a evolução dos filhos será percebida”.
Graças ao infinito amor maternal de Oyassama, o leigo passou a compreender, aquele que não poderia ser salvo conseguiu a salvação, a pessoa em dificuldade se reestabeleceu, enfim, Oyassama introduziu lhes um caminho maravilhoso.
Ainda, em relação à conduta de Oyassama, temos o seguinte, em “Episódios da Vida de Oyassama”:

“Não havia pessoa tão imparcial e profundamente benevolente como Oyassama. Com qualquer pessoa que se encontrasse, não fazia nenhuma discriminação. Quem quer que viesse à Residência, considerava como se fosse seu querido filho. Quão ilustre pessoa viesse, dizia:
‘Obrigada pelo regresso.’
Que fosse um mendigo, expressava também:
‘Obrigada pelo regresso.’
A sua atitude e as suas palavras não diferiam nem um pouco. Considerava todos como seus queridos filhos. Assim, quem se encontrasse uma vez com Oyassama, comovia-se com o seu amor maternal e reformava o espírito imediatamente. Eram tocados pelo seu espírito benevolente.
Mesmo os policiais que vinham investigar ou os delinquentes da região, todos se convertiam à fé já no primeiro encontro.”
Esta é uma lembrança de Naokiti Takai.
                                                                                                          (195 – Obrigada pelo regresso)

Além disso, em relação ao amor maternal de Oyassama para com seus filhos, há o seguinte conto do senhor Naokiti Takai, um de seus notáveis discípulos:

Quando alguém ia pedir conselhos a Oyassama, ela geralmente se encontrava comendo ou ocupada em seus afazeres, mas sempre, carinhosamente, dava sua instrução e, quando estava comendo “abóbora”, por exemplo, sempre oferecia ao convidado um pedaço depois de abocanhar uma porção.
Se alguém fizesse cerimônia ao pedaço oferecido por Oyassama, ela dizia: “está com nojo?”, e não dava mais. Por mais que a pessoa viesse diversas vezes no mesmo horário, Oyassama não lhe oferecia mais nada.
É errado sentir nojo das coisas. Significa que não compreende o sentimento de Oyassama. É igual quando um pai entrega algo para seu filho. Para Oyassama, todas as pessoas do mundo são seus queridos filhos. Sempre pensa em oferecer algo, por mais que não tenha nada. Este sentimento de Oyassama é algo que nós não conseguimos compreender completamente.

                                          (Livro “Palavras de Oyassama”, pg. 4, ‘Amor maternal de Oyassama’)

As pessoas que tiveram contato com este profundo e caloroso amor maternal ficavam comovidas, não importa quem fosse, e seus espíritos eram salvos. A respeito disso, gostaria de apresentar três exemplos extraídos de “Episódios da Vida de Oyassama”:

Saku Matsumura, contraindo uma febre maligna conhecida como tatiyamai, foi convalescer na casa paterna dos Kohigashi e, em 10 de janeiro de 1871, regressou a Jiba para pedir a sua cura.
Oyassama explicou-lhe os ensinamentos maravilhosos e, devido à longa enfermidade e febre, penteou-lhe os cabelos. Além disso, esquentou a água na banheira e lavou com suas próprias mãos o corpo sujo de Saku.
Assim com esse caloroso tratamento, Saku ficou, como por encanto, completamente curada da moléstia no terceiro dia.
                                                                                                              (23 – Salvação de tatiyamai)

Esta moça ficou enferma por mais de um ano, chegando a contrair piolho e a ficar completamente imunda. Nem podemos imaginar o quão infeliz estava esta menina. Foi então que Oyassama, com seu profundo e caloroso amor maternal, aproximou-se desse pobre espírito desiludido. O que será que esta menina sentiu ao ser tocada por esse caloroso afeto? Ao ser cuidada carinhosamente por Oyassama, inacreditavelmente, esta menina foi completamente curada em três dias.

Em 1883, quando Yassu, filha mais velha de Seijiro Imagawa, estava com nove anos de idade, contraiu sarna, daquela que produz pus e é conhecida como sarna purulenta. Regressando a Jiba, acompanhada pelos pais, foi levada diante de Oyassama, que lhe disse:
“Venha para cá”.
Adiantou-se hesitante.
“Mais para cá. Mais para cá.”
Tal foi a insistência que, finalmente, Yassu adiantou-se até chegar junto ao colo de Oyassama que, umedecendo a mão com a própria boca, passou-a acariciando três vezes por todo o seu corpo, dizendo:
“Namu Tenri-Ô-no-Mikoto, namu Tenri-Ô-no-Mikoto, namu Tenri-Ô-no-Mikoto.”
Em seguida, repetiu o mesmo gesto por três vezes e mais três vezes. Muito agradecida, Yassu sentiu algo que aqueceu profundamente o seu coração infantil.
Ao levantar-se na manhã seguinte, verificou que não havia nem cicatriz da sarna. Que milagre! Yassu pensou com seu coração infantil que Deus é realmente maravilhoso.
À medida que crescia, Yassu sentia mais intensamente a emoção por aquela grandiosa bondade de Oyassama que não se importou diante de tão nojenta enfermidade. Como yoboku dedicou-se ao Caminho, sempre recordando deste fato e procurou corresponder à bondade de Oyassama.
                                                                                                         (129 – Cura de sarna purulenta)

Esta menina, que estava cheia de pus na cabeça, com certeza deve ter tido uma experiência dolorosa, por mais pequena e inocente que fosse. Mesmo esta pequena e inocente menina pôde sentir em seu íntimo o carinho de Oyassama, que a cuidou com suas próprias mãos sem se importar com o fato de que a mesma se encontrava com a cabeça completamente cheia de pus.

Tsurumatsu Nukuto tinha saúde frágil desde a infância. A sua doença crônica do estômago complicou-se e, em 1879, aos 16 anos de idade, caiu em estado crítico, chegando a ser desenganado pelo médico.
Foi então que Kiiti Assano espargiu-lhe a fragrância da fé através de Higashio, um parente longe.
Assim, Tsurumatsu decidiu iniciar-se na fé e regressou pela primeira vez a Jiba acompanhado pelos pais carregado numa maca improvisada, percorrendo 48 quilômetros de caminho montanhoso. Hospedaram-se uma noite e, por intermédio de Jukiti Nakayama, receberam a permissão especial de apresentá-lo de maca. Na manhã seguinte, foi levado à presença de Oyassama, que exclamou:
“Coitado!”
E tirando o quimono de baixo vermelho que usava, vestiu Tsurumatsu desde a cabeça. Nesse momento, ele sentiu o calor da veste de Oyassama e uma sensação como se tudo tivesse clareado. E assim, o grave mal foi desaparecendo aos poucos e, com uma semana de permanência, recebeu uma milagrosa salvação, ficando mais tarde completamente curado.
Afirma-se que Tsurumatsu costumava dizer sempre lembrando daquele momento: “Até hoje, não consigo esquecer aquele calor.”
                                                                                                                                     (67 – Coitado)

Este jovem, que foi até Oyassama de maca, foi desenganado pelo médico e, em meio a esse medo de estar à beira da morte, o quão solitário e dependente se encontrava? Foi justamente para este jovem que Oyassama entregou seu bem mais próximo de seu corpo, a vestimenta interior tomada pelo seu calor que usava por dentro de seu quimono. Este jovem sentiu como se tivesse encontrado a luz no meio da escuridão. Foi tocado pelo calor de Oyassama, Parens verdadeiro, e com o espírito preenchido por esse calor, suas preocupações e insatisfações esvaíram-se.
Dessa mesma maneira, Oyassama sempre recebia as pessoas que regressavam com este caloroso e infinito amor maternal. Essa era Oyassama.
Além disso, gostaria de apresentar-lhes mais dois episódios.

É um fato ocorrido no final de outono de 1881. Unossuke Tossa regressou a Jiba, no mesmo dia em que o seu navio ancorou no Porto de Osaka, para agradecer pela salvação que recebeu na ocasião do acidente marítimo ocorrido na ilha Okushiri, em Hokkaido. Reverenciou Deus Parens em frente ao Kanrodai, agradecendo e jurando sua dedicação para o futuro.
Levado por efusiva alegria, estava contando detalhadamente o ocorrido aos veteranos da Residência, quando um deles que o ouvia atentamente, cortou-lhe a conversa, perguntando se isso não havia acontecido a mais ou menos a tal hora de tal dia e mês. Averiguando, coincidia justamente com o dia do acidente. Conforme o relato do veterano:
“Nesse dia, Oyassama abriu a porta corrediça do lado norte do seu quarto, ficou de pé e, abrindo o leque do Serviço e voltada para o norte, ficou chamando por alguém durante algum tempo:
  ‘Ooi! Ooi!’
Achei o fato estranho, todavia, ouvindo agora a sua narração, compreendi finalmente.”
Ao ouvi-lo, Tossa ficou profundamente comovido e sem se conter, foi em frente a Oyassama, e agradeceu-lhe reverenciando até tocar a testa no tatame: “Muito obrigado por ter salvo a minha vida já perdida.” A sua voz tremia e os olhos estavam tão embaçados de lágrimas, e não podiam ver o semblante dela. Nessa ocasião, para confortá-lo, ela disse com voz amável:
  “Fiz regressar livrando-o do perigo.”
Nessa oportunidade, Tossa deixou a sua atividade de marinheiro, a qual se dedicara por logos anos. Enfim, determinara o espírito de dedicar-se unicamente à salvação.
                                                                                                                (88 – Livrando-o do perigo)

Oyassama sempre sabia de todos os fatos, mesmo aqueles que não teria como estar ciente. Oyassama sempre se preocupava com seus filhos de todo o mundo, cuidando-os afetuosamente com seu infinito amor maternal, além de os guiar para o caminho da salvação.

Unossuke Tossa regressava a Jiba quase todos os meses. Em outubro de 1884, organizou uma caravana de 33 pessoas que partiu no dia 23, chegando a Jiba no dia 27.
Apresentaram-se a Oyassama e quando estavam todos se retirando, ela disse a Tossa:
  “Espere um momento.”
E pediu à neta Hissa Kajimoto:
  “Ohissa, traga-me os caquis.”
Ela trouxe muitos caquis bem amadurecidos numa grande cesta. Então, Oyassama pegou um caqui, descascou-o pessoalmente, partiu-o ao meio e deu a metade para Tossa, dizendo:
  “Por favor, sirva-se.”
E comeu a outra metade, deliciosamente. Tossa começou também a comer o caqui que lhe foi oferecido. Ela ficou observando satisfeita e antes que ele acabasse de comer, descascou um outro e disse:
  “Sirva-se de mais um. Eu também vou comer.”
Deu-lhe novamente uma metade e provou a outra. Assim, Oyassama ofereceu-lhe um caqui após outro. Tossa sentiu uma forte emoção ao pensar que ela, movida pelo seu amor maternal, comia também para que ele não fizesse cerimônia. Ela prosseguiu dizendo:
  “Sirva-se sem cerimônia.”
No entanto, ele disse: “Já estou satisfeito. Levarei esta metade para distribuir a todos os fiéis que me esperam na hospedaria.” E, ao começar a embrulhar o último pedaço que ganhara, Oyassama fez um sinal com os olhos a Hissa, que pôs uma porção de caquis nas mãos de Tossa nas mangas do seu quimono. Assim, Tossa pôde receber muitos caquis de Oyassama.
                                                                                                                                      (150 – Caqui)

Segundo o livro “Esboço da evolução espiritual”, de Tomoharu Takano, em meados de 1882, o marinheiro Unossuke Tossa largou seu trabalho para dedicar-se unicamente ao caminho da divulgação e acabou passando por dificuldades por, desde então, estar tomado pela pobreza. Durante este período conseguira conduzir diversas pessoas para o caminho e. por isso, regressou a Jiba, levando-as consigo. Porém, por ser um missionário, estava sempre sem dinheiro e, mesmo entre os fiéis, não havia sequer uma pessoa que pudesse pagar sua refeição. Mesmo assim, com o espírito de satisfação sincera e com a alegria em seu coração de poder encontrar Oyassama, regressava a Jiba sem se importar com o fato de seu estômago estar vazio. Foi neste momento que Oyassama, com seu grande amor maternal, recebeu-o chamando para perto de si.
Mesmo que Oyassama esteja na residência original, está sempre ciente de todas as coisas, sem precisar de qualquer palavra. Oyassama se preocupa com todas as pessoas e aceita a sinceridade do espírito de cada uma delas. Os fiéis que foram tocados pelo seu amor maternal certamente devem ter ficado dispostos a passar por qualquer dificuldade em prol de Oyassama, sempre com alegria.
Apesar de não conseguirmos enxergar a sua forma, Oyassama eternamente viva se encontra na Residência original, nos vigiando e protegendo com seu infinito amor maternal, da mesma maneira como nessa época.
Oyassama é nosso verdadeiro Parens.
Será uma grande alegria se todos conseguirem sentir o caloroso afeto de Oyassama e isso servir de amparo em meio às dificuldades.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin da Tenrikyo