quarta-feira, 15 de novembro de 2017

COLUNA KAZE AGOSTO/SETEMBRO 2017

Coluna Kaze – agosto/setembro de 2017

Para este ano, estabelecemos também o mês de julho como o mês de dedicação máxima. Agradeço do fundo do coração pelo empenho de cada um dos senhores tanto na “dedicação e condução” como na “divulgação e salvação”.
Então, hoje vou falar a respeito de Oyassama, Nossa Mãe.
Independentemente das condições, Oyassama, como sacrário de Tsukihi, viveu sempre seguindo firmemente as instruções de Deus Parens, o qual anseia ver a vida plena de alegria e felicidade entre os humanos.
Apesar de passar por perseguições e intervenções, e de ainda estar na mais profunda pobreza, Oyassama sempre dizia “do nó saem os brotos”. Assim, seguindo alegremente os ensinamentos de Deus Parens, estava sempre ansiosa pelo futuro promissor. O caminho da “dedicação única a Deus” (ter Deus ao centro de tudo) é o núcleo deste ensinamento, e Oyassama buscava rigorosamente que as pessoas compreendessem isso.
De um lado, Oyassama, como sacrário de Tsukihi, transmitia rigorosamente a razão do céu. Por outro, como uma verdadeira mãe na Terra, transmitiu a vontade de Deus Parens através da fala e da escrita e trilhou pessoalmente o caminho, guiando carinhosamente as pessoas. Em ambos os casos, atuava como verdadeiro Parens dos humanos.
Por mais mal educada ou leiga que fosse a pessoa, Oyassama, com seu grande amor de mãe, sempre a instruía carinhosamente.
Oyassama sempre dizia: “Não são os filhos que não compreendem. É o ensinamento do Parens que não os alcança. Se o ensinamento do Parens alcançar de canto a canto, a evolução dos filhos será percebida”.
Graças ao infinito amor maternal de Oyassama, o leigo passou a compreender, aquele que não poderia ser salvo conseguiu a salvação, a pessoa em dificuldade se reestabeleceu, enfim, Oyassama introduziu lhes um caminho maravilhoso.
Ainda, em relação à conduta de Oyassama, temos o seguinte, em “Episódios da Vida de Oyassama”:

“Não havia pessoa tão imparcial e profundamente benevolente como Oyassama. Com qualquer pessoa que se encontrasse, não fazia nenhuma discriminação. Quem quer que viesse à Residência, considerava como se fosse seu querido filho. Quão ilustre pessoa viesse, dizia:
‘Obrigada pelo regresso.’
Que fosse um mendigo, expressava também:
‘Obrigada pelo regresso.’
A sua atitude e as suas palavras não diferiam nem um pouco. Considerava todos como seus queridos filhos. Assim, quem se encontrasse uma vez com Oyassama, comovia-se com o seu amor maternal e reformava o espírito imediatamente. Eram tocados pelo seu espírito benevolente.
Mesmo os policiais que vinham investigar ou os delinquentes da região, todos se convertiam à fé já no primeiro encontro.”
Esta é uma lembrança de Naokiti Takai.
                                                                                                          (195 – Obrigada pelo regresso)

Além disso, em relação ao amor maternal de Oyassama para com seus filhos, há o seguinte conto do senhor Naokiti Takai, um de seus notáveis discípulos:

Quando alguém ia pedir conselhos a Oyassama, ela geralmente se encontrava comendo ou ocupada em seus afazeres, mas sempre, carinhosamente, dava sua instrução e, quando estava comendo “abóbora”, por exemplo, sempre oferecia ao convidado um pedaço depois de abocanhar uma porção.
Se alguém fizesse cerimônia ao pedaço oferecido por Oyassama, ela dizia: “está com nojo?”, e não dava mais. Por mais que a pessoa viesse diversas vezes no mesmo horário, Oyassama não lhe oferecia mais nada.
É errado sentir nojo das coisas. Significa que não compreende o sentimento de Oyassama. É igual quando um pai entrega algo para seu filho. Para Oyassama, todas as pessoas do mundo são seus queridos filhos. Sempre pensa em oferecer algo, por mais que não tenha nada. Este sentimento de Oyassama é algo que nós não conseguimos compreender completamente.

                                          (Livro “Palavras de Oyassama”, pg. 4, ‘Amor maternal de Oyassama’)

As pessoas que tiveram contato com este profundo e caloroso amor maternal ficavam comovidas, não importa quem fosse, e seus espíritos eram salvos. A respeito disso, gostaria de apresentar três exemplos extraídos de “Episódios da Vida de Oyassama”:

Saku Matsumura, contraindo uma febre maligna conhecida como tatiyamai, foi convalescer na casa paterna dos Kohigashi e, em 10 de janeiro de 1871, regressou a Jiba para pedir a sua cura.
Oyassama explicou-lhe os ensinamentos maravilhosos e, devido à longa enfermidade e febre, penteou-lhe os cabelos. Além disso, esquentou a água na banheira e lavou com suas próprias mãos o corpo sujo de Saku.
Assim com esse caloroso tratamento, Saku ficou, como por encanto, completamente curada da moléstia no terceiro dia.
                                                                                                              (23 – Salvação de tatiyamai)

Esta moça ficou enferma por mais de um ano, chegando a contrair piolho e a ficar completamente imunda. Nem podemos imaginar o quão infeliz estava esta menina. Foi então que Oyassama, com seu profundo e caloroso amor maternal, aproximou-se desse pobre espírito desiludido. O que será que esta menina sentiu ao ser tocada por esse caloroso afeto? Ao ser cuidada carinhosamente por Oyassama, inacreditavelmente, esta menina foi completamente curada em três dias.

Em 1883, quando Yassu, filha mais velha de Seijiro Imagawa, estava com nove anos de idade, contraiu sarna, daquela que produz pus e é conhecida como sarna purulenta. Regressando a Jiba, acompanhada pelos pais, foi levada diante de Oyassama, que lhe disse:
“Venha para cá”.
Adiantou-se hesitante.
“Mais para cá. Mais para cá.”
Tal foi a insistência que, finalmente, Yassu adiantou-se até chegar junto ao colo de Oyassama que, umedecendo a mão com a própria boca, passou-a acariciando três vezes por todo o seu corpo, dizendo:
“Namu Tenri-Ô-no-Mikoto, namu Tenri-Ô-no-Mikoto, namu Tenri-Ô-no-Mikoto.”
Em seguida, repetiu o mesmo gesto por três vezes e mais três vezes. Muito agradecida, Yassu sentiu algo que aqueceu profundamente o seu coração infantil.
Ao levantar-se na manhã seguinte, verificou que não havia nem cicatriz da sarna. Que milagre! Yassu pensou com seu coração infantil que Deus é realmente maravilhoso.
À medida que crescia, Yassu sentia mais intensamente a emoção por aquela grandiosa bondade de Oyassama que não se importou diante de tão nojenta enfermidade. Como yoboku dedicou-se ao Caminho, sempre recordando deste fato e procurou corresponder à bondade de Oyassama.
                                                                                                         (129 – Cura de sarna purulenta)

Esta menina, que estava cheia de pus na cabeça, com certeza deve ter tido uma experiência dolorosa, por mais pequena e inocente que fosse. Mesmo esta pequena e inocente menina pôde sentir em seu íntimo o carinho de Oyassama, que a cuidou com suas próprias mãos sem se importar com o fato de que a mesma se encontrava com a cabeça completamente cheia de pus.

Tsurumatsu Nukuto tinha saúde frágil desde a infância. A sua doença crônica do estômago complicou-se e, em 1879, aos 16 anos de idade, caiu em estado crítico, chegando a ser desenganado pelo médico.
Foi então que Kiiti Assano espargiu-lhe a fragrância da fé através de Higashio, um parente longe.
Assim, Tsurumatsu decidiu iniciar-se na fé e regressou pela primeira vez a Jiba acompanhado pelos pais carregado numa maca improvisada, percorrendo 48 quilômetros de caminho montanhoso. Hospedaram-se uma noite e, por intermédio de Jukiti Nakayama, receberam a permissão especial de apresentá-lo de maca. Na manhã seguinte, foi levado à presença de Oyassama, que exclamou:
“Coitado!”
E tirando o quimono de baixo vermelho que usava, vestiu Tsurumatsu desde a cabeça. Nesse momento, ele sentiu o calor da veste de Oyassama e uma sensação como se tudo tivesse clareado. E assim, o grave mal foi desaparecendo aos poucos e, com uma semana de permanência, recebeu uma milagrosa salvação, ficando mais tarde completamente curado.
Afirma-se que Tsurumatsu costumava dizer sempre lembrando daquele momento: “Até hoje, não consigo esquecer aquele calor.”
                                                                                                                                     (67 – Coitado)

Este jovem, que foi até Oyassama de maca, foi desenganado pelo médico e, em meio a esse medo de estar à beira da morte, o quão solitário e dependente se encontrava? Foi justamente para este jovem que Oyassama entregou seu bem mais próximo de seu corpo, a vestimenta interior tomada pelo seu calor que usava por dentro de seu quimono. Este jovem sentiu como se tivesse encontrado a luz no meio da escuridão. Foi tocado pelo calor de Oyassama, Parens verdadeiro, e com o espírito preenchido por esse calor, suas preocupações e insatisfações esvaíram-se.
Dessa mesma maneira, Oyassama sempre recebia as pessoas que regressavam com este caloroso e infinito amor maternal. Essa era Oyassama.
Além disso, gostaria de apresentar-lhes mais dois episódios.

É um fato ocorrido no final de outono de 1881. Unossuke Tossa regressou a Jiba, no mesmo dia em que o seu navio ancorou no Porto de Osaka, para agradecer pela salvação que recebeu na ocasião do acidente marítimo ocorrido na ilha Okushiri, em Hokkaido. Reverenciou Deus Parens em frente ao Kanrodai, agradecendo e jurando sua dedicação para o futuro.
Levado por efusiva alegria, estava contando detalhadamente o ocorrido aos veteranos da Residência, quando um deles que o ouvia atentamente, cortou-lhe a conversa, perguntando se isso não havia acontecido a mais ou menos a tal hora de tal dia e mês. Averiguando, coincidia justamente com o dia do acidente. Conforme o relato do veterano:
“Nesse dia, Oyassama abriu a porta corrediça do lado norte do seu quarto, ficou de pé e, abrindo o leque do Serviço e voltada para o norte, ficou chamando por alguém durante algum tempo:
  ‘Ooi! Ooi!’
Achei o fato estranho, todavia, ouvindo agora a sua narração, compreendi finalmente.”
Ao ouvi-lo, Tossa ficou profundamente comovido e sem se conter, foi em frente a Oyassama, e agradeceu-lhe reverenciando até tocar a testa no tatame: “Muito obrigado por ter salvo a minha vida já perdida.” A sua voz tremia e os olhos estavam tão embaçados de lágrimas, e não podiam ver o semblante dela. Nessa ocasião, para confortá-lo, ela disse com voz amável:
  “Fiz regressar livrando-o do perigo.”
Nessa oportunidade, Tossa deixou a sua atividade de marinheiro, a qual se dedicara por logos anos. Enfim, determinara o espírito de dedicar-se unicamente à salvação.
                                                                                                                (88 – Livrando-o do perigo)

Oyassama sempre sabia de todos os fatos, mesmo aqueles que não teria como estar ciente. Oyassama sempre se preocupava com seus filhos de todo o mundo, cuidando-os afetuosamente com seu infinito amor maternal, além de os guiar para o caminho da salvação.

Unossuke Tossa regressava a Jiba quase todos os meses. Em outubro de 1884, organizou uma caravana de 33 pessoas que partiu no dia 23, chegando a Jiba no dia 27.
Apresentaram-se a Oyassama e quando estavam todos se retirando, ela disse a Tossa:
  “Espere um momento.”
E pediu à neta Hissa Kajimoto:
  “Ohissa, traga-me os caquis.”
Ela trouxe muitos caquis bem amadurecidos numa grande cesta. Então, Oyassama pegou um caqui, descascou-o pessoalmente, partiu-o ao meio e deu a metade para Tossa, dizendo:
  “Por favor, sirva-se.”
E comeu a outra metade, deliciosamente. Tossa começou também a comer o caqui que lhe foi oferecido. Ela ficou observando satisfeita e antes que ele acabasse de comer, descascou um outro e disse:
  “Sirva-se de mais um. Eu também vou comer.”
Deu-lhe novamente uma metade e provou a outra. Assim, Oyassama ofereceu-lhe um caqui após outro. Tossa sentiu uma forte emoção ao pensar que ela, movida pelo seu amor maternal, comia também para que ele não fizesse cerimônia. Ela prosseguiu dizendo:
  “Sirva-se sem cerimônia.”
No entanto, ele disse: “Já estou satisfeito. Levarei esta metade para distribuir a todos os fiéis que me esperam na hospedaria.” E, ao começar a embrulhar o último pedaço que ganhara, Oyassama fez um sinal com os olhos a Hissa, que pôs uma porção de caquis nas mãos de Tossa nas mangas do seu quimono. Assim, Tossa pôde receber muitos caquis de Oyassama.
                                                                                                                                      (150 – Caqui)

Segundo o livro “Esboço da evolução espiritual”, de Tomoharu Takano, em meados de 1882, o marinheiro Unossuke Tossa largou seu trabalho para dedicar-se unicamente ao caminho da divulgação e acabou passando por dificuldades por, desde então, estar tomado pela pobreza. Durante este período conseguira conduzir diversas pessoas para o caminho e. por isso, regressou a Jiba, levando-as consigo. Porém, por ser um missionário, estava sempre sem dinheiro e, mesmo entre os fiéis, não havia sequer uma pessoa que pudesse pagar sua refeição. Mesmo assim, com o espírito de satisfação sincera e com a alegria em seu coração de poder encontrar Oyassama, regressava a Jiba sem se importar com o fato de seu estômago estar vazio. Foi neste momento que Oyassama, com seu grande amor maternal, recebeu-o chamando para perto de si.
Mesmo que Oyassama esteja na residência original, está sempre ciente de todas as coisas, sem precisar de qualquer palavra. Oyassama se preocupa com todas as pessoas e aceita a sinceridade do espírito de cada uma delas. Os fiéis que foram tocados pelo seu amor maternal certamente devem ter ficado dispostos a passar por qualquer dificuldade em prol de Oyassama, sempre com alegria.
Apesar de não conseguirmos enxergar a sua forma, Oyassama eternamente viva se encontra na Residência original, nos vigiando e protegendo com seu infinito amor maternal, da mesma maneira como nessa época.
Oyassama é nosso verdadeiro Parens.
Será uma grande alegria se todos conseguirem sentir o caloroso afeto de Oyassama e isso servir de amparo em meio às dificuldades.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin da Tenrikyo

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