Coluna Kaze – agosto/setembro de 2017
Para este ano, estabelecemos também o
mês de julho como o mês de dedicação máxima. Agradeço do fundo do coração pelo
empenho de cada um dos senhores tanto na “dedicação e condução” como na
“divulgação e salvação”.
Então, hoje vou falar a respeito de Oyassama, Nossa Mãe.
Independentemente das condições, Oyassama, como sacrário de Tsukihi, viveu sempre seguindo
firmemente as instruções de Deus Parens, o qual anseia ver a vida plena de
alegria e felicidade entre os humanos.
Apesar de passar por perseguições e
intervenções, e de ainda estar na mais profunda pobreza, Oyassama sempre dizia “do nó saem os brotos”. Assim, seguindo
alegremente os ensinamentos de Deus Parens, estava sempre ansiosa pelo futuro
promissor. O caminho da “dedicação única a Deus” (ter Deus ao centro de tudo) é
o núcleo deste ensinamento, e Oyassama buscava
rigorosamente que as pessoas compreendessem isso.
De um lado, Oyassama, como sacrário de Tsukihi,
transmitia rigorosamente a razão do céu. Por outro, como uma verdadeira mãe na
Terra, transmitiu a vontade de Deus Parens através da fala e da escrita e trilhou
pessoalmente o caminho, guiando carinhosamente as pessoas. Em ambos os casos, atuava
como verdadeiro Parens dos humanos.
Por mais mal educada ou leiga que
fosse a pessoa, Oyassama, com seu
grande amor de mãe, sempre a instruía carinhosamente.
Oyassama sempre dizia: “Não são os filhos que
não compreendem. É o ensinamento do Parens que não os alcança. Se o ensinamento
do Parens alcançar de canto a canto, a evolução dos filhos será percebida”.
Graças ao infinito amor maternal de Oyassama, o leigo passou a compreender,
aquele que não poderia ser salvo conseguiu a salvação, a pessoa em dificuldade
se reestabeleceu, enfim, Oyassama
introduziu lhes um caminho maravilhoso.
Ainda, em relação à conduta de Oyassama, temos o seguinte, em
“Episódios da Vida de Oyassama”:
“Não havia pessoa tão imparcial e
profundamente benevolente como Oyassama. Com qualquer pessoa que se
encontrasse, não fazia nenhuma discriminação. Quem quer que viesse à
Residência, considerava como se fosse seu querido filho. Quão ilustre pessoa
viesse, dizia:
‘Obrigada pelo regresso.’
Que fosse um mendigo, expressava
também:
‘Obrigada pelo regresso.’
A sua atitude e as suas palavras não
diferiam nem um pouco. Considerava todos como seus queridos filhos. Assim, quem
se encontrasse uma vez com Oyassama, comovia-se com o seu amor maternal e
reformava o espírito imediatamente. Eram tocados pelo seu espírito benevolente.
Mesmo os policiais que vinham
investigar ou os delinquentes da região, todos se convertiam à fé já no
primeiro encontro.”
Esta é uma lembrança de Naokiti Takai.
(195
– Obrigada pelo regresso)
Além disso, em relação ao amor maternal
de Oyassama para com seus filhos, há
o seguinte conto do senhor Naokiti Takai,
um de seus notáveis discípulos:
Quando alguém ia pedir
conselhos a Oyassama, ela geralmente se encontrava comendo ou ocupada em seus
afazeres, mas sempre, carinhosamente, dava sua instrução e, quando estava
comendo “abóbora”, por exemplo, sempre oferecia ao convidado um pedaço depois
de abocanhar uma porção.
Se alguém fizesse
cerimônia ao pedaço oferecido por Oyassama, ela dizia: “está com nojo?”, e não dava
mais. Por mais que a pessoa viesse diversas vezes no mesmo horário, Oyassama
não lhe oferecia mais nada.
É errado sentir nojo das
coisas. Significa que não compreende o sentimento de Oyassama. É igual quando
um pai entrega algo para seu filho. Para Oyassama, todas as pessoas do mundo
são seus queridos filhos. Sempre pensa em oferecer algo, por mais que não tenha
nada. Este sentimento de Oyassama é algo que nós não conseguimos compreender
completamente.
(Livro
“Palavras de Oyassama”, pg. 4, ‘Amor maternal de Oyassama’)
As pessoas que tiveram contato com
este profundo e caloroso amor maternal ficavam comovidas, não importa quem
fosse, e seus espíritos eram salvos. A respeito disso, gostaria de apresentar
três exemplos extraídos de “Episódios da Vida de Oyassama”:
Saku Matsumura, contraindo uma febre
maligna conhecida como tatiyamai, foi convalescer na casa paterna dos Kohigashi
e, em 10 de janeiro de 1871, regressou a Jiba para pedir a sua cura.
Oyassama explicou-lhe os ensinamentos
maravilhosos e, devido à longa enfermidade e febre, penteou-lhe os cabelos.
Além disso, esquentou a água na banheira e lavou com suas próprias mãos o corpo
sujo de Saku.
Assim com esse caloroso tratamento,
Saku ficou, como por encanto, completamente curada da moléstia no terceiro dia.
(23
– Salvação de tatiyamai)
Esta moça ficou enferma por mais de um
ano, chegando a contrair piolho e a ficar completamente imunda. Nem podemos
imaginar o quão infeliz estava esta menina. Foi então que Oyassama, com seu profundo e caloroso amor maternal, aproximou-se
desse pobre espírito desiludido. O que será que esta menina sentiu ao ser
tocada por esse caloroso afeto? Ao ser cuidada carinhosamente por Oyassama, inacreditavelmente, esta
menina foi completamente curada em três dias.
Em 1883, quando Yassu, filha mais
velha de Seijiro Imagawa, estava com nove anos de idade, contraiu sarna,
daquela que produz pus e é conhecida como sarna purulenta. Regressando a Jiba,
acompanhada pelos pais, foi levada diante de Oyassama, que lhe disse:
“Venha para cá”.
Adiantou-se hesitante.
“Mais para cá. Mais para cá.”
Tal foi a insistência que, finalmente,
Yassu adiantou-se até chegar junto ao colo de Oyassama que, umedecendo a mão
com a própria boca, passou-a acariciando três vezes por todo o seu corpo,
dizendo:
“Namu Tenri-Ô-no-Mikoto, namu
Tenri-Ô-no-Mikoto, namu Tenri-Ô-no-Mikoto.”
Em seguida, repetiu o mesmo gesto por
três vezes e mais três vezes. Muito agradecida, Yassu sentiu algo que aqueceu
profundamente o seu coração infantil.
Ao levantar-se na manhã seguinte,
verificou que não havia nem cicatriz da sarna. Que milagre! Yassu pensou com
seu coração infantil que Deus é realmente maravilhoso.
À medida que crescia, Yassu sentia
mais intensamente a emoção por aquela grandiosa bondade de Oyassama que não se
importou diante de tão nojenta enfermidade. Como yoboku dedicou-se ao Caminho,
sempre recordando deste fato e procurou corresponder à bondade de Oyassama.
(129
– Cura de sarna purulenta)
Esta menina, que estava cheia de pus
na cabeça, com certeza deve ter tido uma experiência dolorosa, por mais pequena
e inocente que fosse. Mesmo esta pequena e inocente menina pôde sentir em seu
íntimo o carinho de Oyassama, que a
cuidou com suas próprias mãos sem se importar com o fato de que a mesma se encontrava
com a cabeça completamente cheia de pus.
Tsurumatsu Nukuto tinha saúde frágil
desde a infância. A sua doença crônica do estômago complicou-se e, em 1879, aos
16 anos de idade, caiu em estado crítico, chegando a ser desenganado pelo
médico.
Foi então que Kiiti Assano
espargiu-lhe a fragrância da fé através de Higashio, um parente longe.
Assim, Tsurumatsu decidiu iniciar-se
na fé e regressou pela primeira vez a Jiba acompanhado pelos pais carregado
numa maca improvisada, percorrendo 48 quilômetros de caminho montanhoso.
Hospedaram-se uma noite e, por intermédio de Jukiti Nakayama, receberam a
permissão especial de apresentá-lo de maca. Na manhã seguinte, foi levado à
presença de Oyassama, que exclamou:
“Coitado!”
E tirando o quimono de baixo vermelho
que usava, vestiu Tsurumatsu desde a cabeça. Nesse momento, ele sentiu o calor
da veste de Oyassama e uma sensação como se tudo tivesse clareado. E assim, o
grave mal foi desaparecendo aos poucos e, com uma semana de permanência,
recebeu uma milagrosa salvação, ficando mais tarde completamente curado.
Afirma-se que Tsurumatsu costumava
dizer sempre lembrando daquele momento: “Até hoje, não consigo esquecer aquele
calor.”
(67
– Coitado)
Este jovem, que foi até Oyassama de maca, foi desenganado pelo
médico e, em meio a esse medo de estar à beira da morte, o quão solitário e
dependente se encontrava? Foi justamente para este jovem que Oyassama entregou seu bem mais próximo
de seu corpo, a vestimenta interior tomada pelo seu calor que usava por dentro
de seu quimono. Este jovem sentiu como se tivesse encontrado a luz no meio da
escuridão. Foi tocado pelo calor de Oyassama,
Parens verdadeiro, e com o espírito preenchido por esse calor, suas
preocupações e insatisfações esvaíram-se.
Dessa mesma maneira, Oyassama sempre recebia as pessoas que
regressavam com este caloroso e infinito amor maternal. Essa era Oyassama.
Além disso, gostaria de
apresentar-lhes mais dois episódios.
É um fato ocorrido no final de outono
de 1881. Unossuke Tossa regressou a Jiba, no mesmo dia em que o seu navio
ancorou no Porto de Osaka, para agradecer pela salvação que recebeu na ocasião
do acidente marítimo ocorrido na ilha Okushiri, em Hokkaido. Reverenciou Deus
Parens em frente ao Kanrodai, agradecendo e jurando sua dedicação para o
futuro.
Levado por efusiva alegria, estava
contando detalhadamente o ocorrido aos veteranos da Residência, quando um deles
que o ouvia atentamente, cortou-lhe a conversa, perguntando se isso não havia
acontecido a mais ou menos a tal hora de tal dia e mês. Averiguando, coincidia
justamente com o dia do acidente. Conforme o relato do veterano:
“Nesse dia, Oyassama abriu a porta
corrediça do lado norte do seu quarto, ficou de pé e, abrindo o leque do
Serviço e voltada para o norte, ficou chamando por alguém durante algum tempo:
‘Ooi!
Ooi!’
Achei o fato estranho, todavia,
ouvindo agora a sua narração, compreendi finalmente.”
Ao ouvi-lo, Tossa ficou profundamente
comovido e sem se conter, foi em frente a Oyassama, e agradeceu-lhe
reverenciando até tocar a testa no tatame: “Muito obrigado por ter salvo a
minha vida já perdida.” A sua voz tremia e os olhos estavam tão embaçados de
lágrimas, e não podiam ver o semblante dela. Nessa ocasião, para confortá-lo,
ela disse com voz amável:
“Fiz
regressar livrando-o do perigo.”
Nessa oportunidade, Tossa deixou a sua
atividade de marinheiro, a qual se dedicara por logos anos. Enfim, determinara
o espírito de dedicar-se unicamente à salvação.
(88
– Livrando-o do perigo)
Oyassama sempre sabia de todos os fatos, mesmo
aqueles que não teria como estar ciente. Oyassama
sempre se preocupava com seus filhos de todo o mundo, cuidando-os afetuosamente
com seu infinito amor maternal, além de os guiar para o caminho da salvação.
Unossuke Tossa regressava a Jiba quase
todos os meses. Em outubro de 1884, organizou uma caravana de 33 pessoas que
partiu no dia 23, chegando a Jiba no dia 27.
Apresentaram-se a Oyassama e quando
estavam todos se retirando, ela disse a Tossa:
“Espere
um momento.”
E pediu à neta Hissa Kajimoto:
“Ohissa,
traga-me os caquis.”
Ela trouxe muitos caquis bem
amadurecidos numa grande cesta. Então, Oyassama pegou um caqui, descascou-o
pessoalmente, partiu-o ao meio e deu a metade para Tossa, dizendo:
“Por
favor, sirva-se.”
E comeu a outra metade,
deliciosamente. Tossa começou também a comer o caqui que lhe foi oferecido. Ela
ficou observando satisfeita e antes que ele acabasse de comer, descascou um
outro e disse:
“Sirva-se
de mais um. Eu também vou comer.”
Deu-lhe novamente uma metade e provou
a outra. Assim, Oyassama ofereceu-lhe um caqui após outro. Tossa sentiu uma
forte emoção ao pensar que ela, movida pelo seu amor maternal, comia também
para que ele não fizesse cerimônia. Ela prosseguiu dizendo:
“Sirva-se
sem cerimônia.”
No entanto, ele disse: “Já estou
satisfeito. Levarei esta metade para distribuir a todos os fiéis que me esperam
na hospedaria.” E, ao começar a embrulhar o último pedaço que ganhara, Oyassama
fez um sinal com os olhos a Hissa, que pôs uma porção de caquis nas mãos de
Tossa nas mangas do seu quimono. Assim, Tossa pôde receber muitos caquis de
Oyassama.
(150
– Caqui)
Segundo o livro “Esboço da evolução
espiritual”, de Tomoharu Takano, em meados de 1882, o marinheiro Unossuke Tossa
largou seu trabalho para dedicar-se unicamente ao caminho da divulgação e
acabou passando por dificuldades por, desde então, estar tomado pela pobreza.
Durante este período conseguira conduzir diversas pessoas para o caminho e. por
isso, regressou a Jiba, levando-as consigo. Porém, por ser um missionário,
estava sempre sem dinheiro e, mesmo entre os fiéis, não havia sequer uma pessoa
que pudesse pagar sua refeição. Mesmo assim, com o espírito de satisfação
sincera e com a alegria em seu coração de poder encontrar Oyassama, regressava a Jiba sem se importar com o fato de seu
estômago estar vazio. Foi neste momento que Oyassama,
com seu grande amor maternal, recebeu-o chamando para perto de si.
Mesmo que Oyassama esteja na residência original, está sempre ciente de todas
as coisas, sem precisar de qualquer palavra. Oyassama se preocupa com todas as pessoas e aceita a sinceridade do
espírito de cada uma delas. Os fiéis que foram tocados pelo seu amor maternal certamente
devem ter ficado dispostos a passar por qualquer dificuldade em prol de Oyassama, sempre com alegria.
Apesar de não conseguirmos enxergar a
sua forma, Oyassama eternamente viva
se encontra na Residência original, nos vigiando e protegendo com seu infinito
amor maternal, da mesma maneira como nessa época.
Oyassama é nosso verdadeiro Parens.
Será uma grande alegria se todos conseguirem
sentir o caloroso afeto de Oyassama e
isso servir de amparo em meio às dificuldades.
Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin da Tenrikyo
Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin da Tenrikyo
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