sábado, 7 de outubro de 2017

Coluna Kaze - Julho 2017

Coluna Kaze – julho de 2017

Hoje eu gostaria de falar a respeito da relação entre “pai e filho”, “marido e mulher” e “irmãos”.
O que irei falar, na realidade, é apenas uma de minhas conclusões a que cheguei através de várias reflexões. Contudo, considero este assunto muito importante, e espero que isso possa servir de ajuda para a reflexão dos senhores.
De acordo com o ensinamento da origem, conforme a conversa entre Tsuki-sama (Lua) e Hi-sama (Sol), foram chamados primeiramente um sirênio e uma cobra branca para fazer destes o modelo de casal. O espírito de Tsuki-sama e Hi-sama foram depositados neste modelo de casal (Izanagui-no-mikoto e Izanami-no-mikoto, respectivamente) e, ensinando-lhes a providência da criação dos seres humanos, fez conceber no ventre da Izanami-no-mikoto novecentos milhões, noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove filhos em três noites. Depois disso, ela permaneceu neste lugar por três anos e três meses e, finalmente, despendendo setenta e cinco dias, deu à luz tantos filhos quanto o número concebido. Até aqui, já há três tipos de relações entre os humanos.
Primeiro, é a relação entre “marido e mulher”. Na segunda seção dos hinos sagrados, temos: “modelando pela terra e céu do mundo, eu tenho criado marido e mulher. Isto é o princípio deste mundo.” Como podemos observar, para a criação dos seres humanos, primeiramente foi criado o casal, marido e mulher.
Em segundo, temos a relação de “pai e filho”, que surge entre o modelo de casal e os humanos que foram por eles concebidos. Se observarmos que Tsuki-sama e Hi-sama “entraram” nos corpos do primeiro modelo de casal, podemos dizer que a relação entre Tsukihi, Deus Parens, e os humanos é uma relação de “pai e filho”.
Em terceiro, temos a relação entre “irmãos”. Como os novecentos milhões, noventa e nove mil, novecentos e noventa e nove filhos nasceram dos mesmos pais, todos são irmãos.
Essas relações, herdadas a nós até hoje, são as relações mais básicas entre os humanos, e difere de outros tipos, tais como a relação entre amigos, professor e aluno, patrão e empregado, etc. São relações criadas por Deus Parens a fim de nos fazer alcançar a vida plena de alegria e felicidade.
Isso é a razão do céu e, por isso, não podemos ignorá-la, pois há um significado extremamente importante a respeito dessas relações. No Ofudessaki, temos:

       Mesmo entre pais e filhos, marido e mulher ou entre irmãos,
       os espíritos são diferentes um do outro. Of. V-8

Mesmo no Ofudessaki, vemos uma referência a estas três relações, “pai e filho”, “marido e mulher” e “irmãos”.
Atualmente, a harmonia entre pais e filhos, casais e irmãos está se rompendo e, por isso, há inúmeras pessoas sofrendo neste mundo. Essa harmonia é tão importante que podemos dizer que ela é uma condição para atingir a vida plena de alegria e, se essas relações se tornarem ruins, isso pode acarretar em diversos tipos de doenças ou problemas circunstanciais.
Recentemente, a quantidade de pessoas sofrendo por questões matrimoniais, como o divórcio, vem aumentando, e uma das razões a que podemos atribuir a isto é a “diferença no modo de pensar”.
Como foi dito no verso do Ofudessaki anteriormente citado, mesmo que haja a ligação sanguínea entre pai e filho, ou que seja grande o amor entre o casal, ou que os irmãos compartilhem do mesmo sangue, todos têm um espírito diferente e, por isso, é natural que seus pensamentos também sejam diferentes. Assim, a partir do momento em que o indivíduo passa a achar que sua opinião é sempre certa, surge o “senso do certo e errado”. Frases como “isso que é o normal”, “é obvio que é assim” surgem disso. Se esse “senso de certo e errado” sair do controle, manifestam-se pensamentos como “isso é falta de educação”, “devemos puni-lo” e, no fim, isso se torna a semente do conflito.
Porém, o senso do que é certo ou errado, do que é normal ou não, varia de pessoa para pessoa e, portanto, não podemos dizer que é algo em que todos do mundo possam entrar em acordo. A única coisa absoluta é o amor parental de Deus Parens e Oyassama em desejar a felicidade de seus filhos. Assim sendo, é fundamental o nosso esforço em mudarmos nossa mente e espírito. Deve haver sempre o diálogo entre pai e filho, casal e irmãos visando o entendimento mútuo. A ausência desse esforço acarretará em conflitos de pensamentos e, de maneira alguma, conseguiremos ter harmonia.
Em minha opinião, para mantermos a harmonia entre “pais e filhos”, devemos ser cautelosos quanto à “razão da ordem”. Os pais vão à frente e os filhos seguem atrás. Se não seguirmos essa ordem, a harmonia deste mundo, determinada pela razão do céu, ficará desestruturada. Se tomarmos como exemplo a estrutura de uma árvore, os pais são as raízes. Por mais que cuidemos dos galhos e das folhagens, dando-lhes muita água e adubo, se não houver a raiz, não há como as mesmas florescerem, não é mesmo? Se desejarmos que a árvore floresça, devemos cuidar muito bem das raízes.
Acredito que, para mantermos a harmonia entre o casal, devemos cuidar e respeitar a “razão de dois em um”. Se pensarmos que a origem consiste no casal, que é a razão de dois em um entre o sol e a lua e entre o céu e a terra, podemos refletir que, para se manter a harmonia, nós, os casais, também precisamos ser dois em um. Ainda, acredito que um casal ser dois em um significa ambos terem o mesmo pensamento ou ambos estarem em sintonia, por mais distinto que seja o papel de cada um. Por exemplo, mesmo que a relação não seja tão boa entre dois comediantes que trabalham juntos, se os dois pelo menos compartilharem das mesmas ideias e objetivos, conseguirão executar uma excelente apresentação. Porém, se seus pensamentos e atitudes com relação à peça se divergirem, não haverá como dar continuidade às apresentações. Da mesma maneira, é muito importante o esforço do casal em conciliar seus pensamentos com as do parceiro através do diálogo e da troca de ideias. Se não fizerem isso e apenas entrarem em conflito no modo de pensar e no senso do que é correto ou não, de nenhum modo se conseguirá manter a harmonia.
Na relação entre “irmãos”, devemos ter cautela quanto ao “tratamento (desigual)”. O desejo de Deus Parens e Oyassama é que todas as pessoas do mundo abram os olhos para a verdade de que todos somos irmãos, e que todos convivamos harmoniosamente salvando-nos uns aos outros. Por esse motivo, se houver desigualdade quanto ao tratamento para com os irmãos consanguíneos ou aqueles ligados pela predestinação, nosso Pai se entristecerá. A harmonia é alcançada quando eliminarmos este preconceito de nossos corações e passarmos a viver salvando uns aos outros.
Acredito que, se pararmos para refletir desta maneira, conseguiremos notar que ainda há muita desarmonia. Se colocarmos no nosso íntimo o ensinamento de que a dedicação filial e a harmonia entre o casal estão em primeiro lugar, perceberemos também a existência de várias igrejas que recebem graças maravilhosas de Deus Parens. Portanto, devemos tomar muito cuidado quanto à harmonia entre “pai e filho”, “marido e mulher” e “irmãos”. Caso essa harmonia seja desfeita, devemos dar o nosso máximo para recuperá-la de volta.
Dessa maneira, as relações entre “pai e filho”, “marido e mulher” e “irmãos” são, em outras palavras, a “razão do céu”, e jamais podemos ignorar este fato. É um assunto bastante difícil, que não pode ser resolvido de uma vez, existindo muitas pessoas que dizem ser uma “tarefa para toda a vida”. Eu ainda sou uma pessoa com muito pouca experiência na vida e no caminho da salvação, portanto, não me encontro à altura de dar conselhos aos senhores. Porém, se houver alguém que já esteja enfrentando problemas devido à desarmonia ao seu redor, gostaria de sugerir que, primeiramente, tomassem o costume de dizer “graças a...”. Essas poucas palavras podem se transformar em uma expressão mágica. “Graças a Deus e aos meus pais que eu existo”. “Graças aos meus pais, tive uma boa criação e pude ir à escola”. “Graças aos meus pais e à minha esposa, que cuidam da igreja, posso sair para a divulgação”. “Graças ao suporte dos senhores, conseguimos realizar diversas coisas que o condutor da igreja não conseguiria sozinho”. Etc. Gostaria que os senhores pensassem naquilo que seja graças ao casal, aos pais e filhos e aos irmãos e passassem a utilizar em seu cotidiano essas simples palavras de retribuição.
Se o filho disser “graças aos meus pais”, os pais, os quais fazem de tudo pelo filho, irão certamente se sentir retribuídos. Se o marido disser “graças à minha esposa”, o espírito sincero de quem trabalha incansavelmente será recompensado. Se a esposa disser “graças ao meu marido”, o esforço dele, que trabalha duro pela família, será recompensado. Se ouvirmos “graças ao meu irmão”, com certeza nos sentiremos retribuídos por termos nos esforçado pelo nosso irmão. É importante devolvermos o favor às pessoas ao nosso redor. Através da gratidão, fortificamos o laço que nos une ao próximo. Na Escritura Divina, temos:

Tornar-se casal também é predestinação, tornar-se pais e filhos também é predestinação. Para toda e qualquer coisa, não é possível se não houver predestinação. Tornando-se casal, pais e filhos, compreendam bem esse meio.
 (26 de março de 1901, noite)

Vejam a predestinação do casal e passem os dias, a predestinação que deve ser vista e trilhada. Ouçam bem, ouçam bem.
 (22 de março de 1891)

Como descrito acima, o casal e os pais e filhos são formados através da predestinação. Ainda, é nos ensinado que a pessoa que nos foi trazida, através de nossa predestinação, é como o nosso reflexo no espelho. Por exemplo: se olharmos para o nosso reflexo no espelho e notarmos uma sujeira em nosso rosto, não limparemos o vidro, certo? É nosso próprio rosto que está sujo, logo, é necessário o próprio esforço para limpar o rosto. Da mesma maneira, se desejar que a pessoa à sua frente mude, o primeiro passo é se empenhar para mudar a si mesmo, e não a outra pessoa. Este é o caminho da salvação.
As relações entre “marido e mulher”, “pais e filhos” e “irmãos” são determinadas pela razão do céu e, portanto, não há como fugir disso. Se passarem a refletir tomando isso como base para vida plena de alegria e da salvação, pode ser que sejam contemplados com a graça de uma inesperada bênção.
Como já mencionei anteriormente, esta é apenas uma de minhas conclusões a que cheguei através de várias reflexões. Porém, espero que, daqui em diante, isso possa servir de ajuda para o maior número possível de pessoas.
Finalmente, para este ano, determinamos também o mês de julho como “o mês da dedicação máxima”. Assim, desejo que nos esforcemos tanto na “dedicação e condução” como na “divulgação e salvação”, e peço que todos os senhores deem o máximo de si com o espírito sincero.

Muito obrigado.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin

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