quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Coluna Kaze - março 2017

Coluna Kaze – março de 2017

Senhoras e senhores, apesar do intenso frio, espero que todos estejam passando bem.
Outro dia, em uma discussão com os encarregados de um grupo da Associação Estudantil, falamos sobre o tema “como transmitir aos estudantes o ensinamento da vida plena de alegria e felicidade?”, que é o tema para este ano do Curso de Formação Espiritual voltado aos estudantes da faculdade.
Como haviam muitos encarregados que, em relação à vida plena de alegria e felicidade, tinham uma opinião muito abstrata ou apenas conhecimentos fragmentados do ensinamento, não conseguimos nos aprofundar muito na essência do assunto.
Então, abordamos a seguinte questão: à primeira vista, qual a impressão que os estudantes têm ao ouvirem a palavra alegria e felicidade? E então surgiram repostas como diversão, paz, paraíso, etc. Ainda, perguntado sobre qual imagem possuía em relação ao “paraíso”, um dos presentes respondeu: “pessoas dançando em uma linda praia onde o verão é eterno”. Perguntada novamente sobre quais roupas estas pessoas estariam usando, ela prontamente disse: “roupas de banho”. Todos os presentes riram.
Passado certo tempo, foi feita a mesma pergunta para uma encarregada que havia voltado de um breve intervalo e, como esperado, a resposta foi a mesma: “uma linda praia de verão eterno”. No caso dela, a mesma se imaginou descansando em uma cadeira de praia enquanto bebia um suco tropical e ela vestia, é claro, roupa de banho.
Depois de mais um tempo, foi feita a mesma pergunta a um jovem encarregado que acabara de chegar e, novamente, a resposta foi semelhante: “pessoas dançando alegremente ao som de uma animada música, em uma bela praia, no verão”. Obviamente, todos dançavam em trajes de banho. Confesso que fiquei um pouco surpreso com o resultado. Foi então que demos início a uma discussão mais aprofundada sobre o verdadeiro significado de vida plena de alegria e felicidade ensinado neste caminho, que difere um pouco da imagem dos exemplos anteriormente citados.
Dentro do nosso ensinamento, sempre que abordamos o tema “vida plena de alegria e felicidade” ou “mundo repleto de alegria”, frequentemente usamos a frase “harmonia entre Deus e os seres humanos”. Como originalmente “Deus Parens criou o mundo e os seres humanos por desejar compartilhar da alegria e felicidade”, se os seres humanos viverem alegre e harmoniosamente entre si, Deus também o estará”. Esta sim é a verdadeira essência da “vida plena de alegria e felicidade”.
Ainda, de acordo com as palavras do Shimbashira, na Grande cerimônia de primavera:

“A vida plena de alegria e felicidade que Deus Parens anseia é um mundo onde todos os seres humanos, filhos de Deus, vivem ajudando-se mútua e harmoniosamente como irmãos, como se fôssemos uma única família”.

Como vemos aqui, para a concretização da vida plena de alegria e felicidade precisamos colocar sempre Deus Parens e Oyassama ao centro. Não podemos chamar verdadeira vida plena de alegria e felicidade se não estivermos contentando Deus Parens e Oyassama.
Na Indicação Divina de 11 de setembro de 1897 temos:

“O caminho difícil de até então é o caminho do momento e é o nosso caminho. Há aqueles que sofrem e aqueles que são alegres e felizes. Também há a vida de alegria e felicidade conduzida por Deus-Parens, e a vida de alegria e felicidade conduzida por si ou pela própria conveniência. Com a própria conveniência, mesmo querendo alcançar a vida plena de alegria e felicidade, não será possível. A vida plena de alegria e felicidade só se pode dizer que é verdadeira quando animarem mutuamente a todos. Quando cada um se diverte de maneira que faça as pessoas sofrerem depois, não se pode dizer que é a verdadeira alegria e felicidade. É um erro pensar que dá para viver por toda a vida com a alegria e a felicidade sentida pela própria conveniência.

Ainda, na “Instrução 3”, em relação à vida plena de alegria e felicidade, o Shimbashira nos transmitiu o seguinte:

A vida plena de alegria e felicidade é a imagem de um mundo em que todos os seres humanos, que são filhos de Deus-Parens, vivem salvando uns aos outros.

A ambição é lamaçal sem fim.
Purifiquem o espírito inteiramente. É o paraíso! HS. X-4

Se ao menos o espírito for purificado completamente,
tudo será somente prazer. ED. XIV-50

Conforme esses versos, a vida plena de alegria e felicidade é também o modo de viver purificando o espírito.

O trecho que diz “um mundo em que todos os seres humanos, que são filhos de Deus-Parens, vivem salvando uns aos outros” significa conviver pensando no próximo, ajudando e amando-se mutuamente, em uma vida plena de alegria e felicidade onde o foco são as outras pessoas. Já na parte que diz “modo de viver purificando o espírito” significa uma vida plena de alegria e felicidade com o foco em seu próprio espírito, vivendo alegre e otimista, quaisquer sejam os obstáculos que possam surgir, amparando-se sempre na vida modelo de Oyassama.
A partir de agosto deste ano, finalmente começará o “Curso de Formação para os Sucessores do Caminho”, tendo como tema a “prática diária da vida plena de alegria e felicidade”. Além do estudo dos ensinamentos básicos transmitidos por Oyassama, será abordado, também, o tópico “como colocar o ensinamento em prática no nosso cotidiano?”.
Daissuke Nakayama, sucessor do Shimbashira, faz todo o esforço para contentar seus pais e motivar as pessoas ao seu redor, nunca esquecendo do ensinamento, fazendo com que as pessoas que escutam suas experiências se motivem ainda mais à prática do da vida plena de alegria e felicidade.
O slogan do Curso de Formação para os Sucessores do Caminho deste ano é “quando mudamos o nosso espírito, a vida fica mais radiante”, cuja essência/ideia é a mesma adotada dentro da Associação dos Moços, que tem como presidente o Sr. Daissuke Nakayama. Através do incentivo do presidente, sinto que cada vez mais os jovens estão sendo influenciados e inspirados por suas ações.
Ainda, em novembro do ano passado, o Diretor Geral Administrativo, Zensuke Nakata, palestrou sobre o “Caminho do ensinamento” daqui para frente e seus objetivos.
Logo de início, reforçou o significado da “retribuição” e também nos instruiu a respeito de como praticá-la.
Por isso, disse o seguinte:

“Tendo como palavra chave a ‘retribuição’, devem verificar as coisas que não estão conseguindo realizar e agir depois de feita a reflexão, unindo o ensinamento com a prática. Através disso, tudo seguirá para o próximo passo”.

Ainda, reforçou pontos importantes da fé como “dedicação à igreja”, “razão do dia a dia” e “doação através de tempo ou dinheiro (tsukushi)”. E, por fim, falou da importância de empenharmos de corpo e alma e ainda nos encorajou à prática da “retribuição”.
Em relação ao nosso modo de agir como seguidores deste caminho que rumam à vida plena de alegria e felicidade, o Shimbashira nos transmitiu o seguinte durante a Grande cerimônia de outono do ano passado:

“Hoje, com o intuito de fazê-los repensarem sobre o modo de agir diariamente como seguidor deste caminho, gostaria de falar sobre a alegria de poder usufruir livremente do corpo emprestado por Deus Parens e o hinokishin, que expressa gratidão, focando no ensinamento do corpo emprestado e tomado emprestado e das Oito poeiras, ensinamentos básicos e já muito familiarizados por todos.
As palavras e ações diárias de um seguidor deste caminho não são apenas para fazer o seu dia a dia tornar-se mais alegre, é também para espargir a fragrância às pessoas ao seu redor.
Isso fará com que as pessoas se familiarizem e criem mais confiança para com a igreja, o modelo de vida plena de alegria e felicidade de cada localidade. Mais do que qualquer coisa, dentro deste ambiente religioso, sementes da fé brotarão e sua raiz se fixará no coração dos jovens da igreja e filhos dos fiéis”.

Vendo desta maneira, à primeira vista, muitos acharão que as palavras do Shimbashira, do Sr. Daissuke e do Diretor Geral Administrativo divergem em certo ponto. Na realidade, tudo tem ligação.
O que o Sr. Daissuke disse a respeito da “prática diária da vida plena de alegria e felicidade” e o Diretor Geral Administrativo, a respeito da “prática da retribuição”, nada mais é do que o encorajamento à “prática” do ensinamento. Essas duas coisas são como as rodas de um carro: imprescindíveis para nossa jornada rumo à vida plena de alegria e felicidade.
Assim, para darmos um passo à frente rumo à vida plena de alegria e felicidade, a prática do ensinamento é indispensável.
A nossa força e motivação para a realização da prática vem unicamente do nosso sentimento de querer retribuir pelas graças concebidas por Deus Parens e Oyassama, pelo seu amor parental e pela alegria de poder desfrutar da vida. Se não houver gratidão e alegria pelas providências concedidas por Deus Parens, não conseguiremos dar continuidade a longo prazo à prática do “vida plena de alegria e felicidade” e da “retribuição”. E mesmo que consigamos, sem o sentimento de gratidão, acaba se tornando apenas um ato formal.
Para as pessoas que alegremente estão pondo em prática o ensinamento não cometerem pequenos deslizes, o Shimbashira está nos transmitindo a importância de sentir de corpo e alma a gratidão pelas graças e amor parental de Deus Parens, que é a base/essência, quando nos referimos à prática.

Peço a todos os senhores que reflitam mais uma vez, através desta oportunidade, no que se refere à vida plena de alegria e felicidade. Unidos, vamos todos animadamente nos empenhar na “prática diária da vida plena de alegria e felicidade” e na “retribuição”, tendo como meta o ensinamento “acordar cedo, ser honesto e trabalhar”.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin

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