Coluna Kaze – março de 2017
Senhoras e senhores, apesar do intenso
frio, espero que todos estejam passando bem.
Outro dia, em uma discussão com os
encarregados de um grupo da Associação Estudantil, falamos sobre o tema “como
transmitir aos estudantes o ensinamento da vida plena de alegria e
felicidade?”, que é o tema para este ano do Curso de Formação Espiritual
voltado aos estudantes da faculdade.
Como haviam muitos encarregados que,
em relação à vida plena de alegria e felicidade, tinham uma opinião muito
abstrata ou apenas conhecimentos fragmentados do ensinamento, não conseguimos
nos aprofundar muito na essência do assunto.
Então, abordamos a seguinte questão: à
primeira vista, qual a impressão que os estudantes têm ao ouvirem a palavra
alegria e felicidade? E então surgiram repostas como diversão, paz, paraíso,
etc. Ainda, perguntado sobre qual imagem possuía em relação ao “paraíso”, um
dos presentes respondeu: “pessoas dançando em uma linda praia onde o verão é
eterno”. Perguntada novamente sobre quais roupas estas pessoas estariam usando,
ela prontamente disse: “roupas de banho”. Todos os presentes riram.
Passado certo tempo, foi feita a mesma
pergunta para uma encarregada que havia voltado de um breve intervalo e, como
esperado, a resposta foi a mesma: “uma linda praia de verão eterno”. No caso
dela, a mesma se imaginou descansando em uma cadeira de praia enquanto bebia um
suco tropical e ela vestia, é claro, roupa de banho.
Depois de mais um tempo, foi feita a
mesma pergunta a um jovem encarregado que acabara de chegar e, novamente, a
resposta foi semelhante: “pessoas dançando alegremente ao som de uma animada
música, em uma bela praia, no verão”. Obviamente, todos dançavam em trajes de
banho. Confesso que fiquei um pouco surpreso com o resultado. Foi então que
demos início a uma discussão mais aprofundada sobre o verdadeiro significado de
vida plena de alegria e felicidade ensinado neste caminho, que difere um pouco
da imagem dos exemplos anteriormente citados.
Dentro do nosso ensinamento, sempre
que abordamos o tema “vida plena de alegria e felicidade” ou “mundo repleto de
alegria”, frequentemente usamos a frase “harmonia entre Deus e os seres
humanos”. Como originalmente “Deus Parens criou o mundo e os seres humanos por
desejar compartilhar da alegria e felicidade”, se os seres humanos viverem
alegre e harmoniosamente entre si, Deus também o estará”. Esta sim é a
verdadeira essência da “vida plena de alegria e felicidade”.
Ainda, de acordo com as palavras do
Shimbashira, na Grande cerimônia de primavera:
“A vida plena de alegria e felicidade que Deus Parens
anseia é um mundo onde todos os seres humanos, filhos de Deus, vivem
ajudando-se mútua e harmoniosamente como irmãos, como se fôssemos uma única
família”.
Como vemos aqui, para a concretização da
vida plena de alegria e felicidade precisamos colocar sempre Deus Parens e
Oyassama ao centro. Não podemos chamar verdadeira vida plena de alegria e
felicidade se não estivermos contentando Deus Parens e Oyassama.
Na Indicação Divina de 11 de setembro
de 1897 temos:
“O caminho difícil de até então é o caminho do momento e
é o nosso caminho. Há aqueles que sofrem e aqueles que são alegres e felizes.
Também há a vida de alegria e felicidade conduzida por Deus-Parens, e a vida de
alegria e felicidade conduzida por si ou pela própria conveniência. Com a
própria conveniência, mesmo querendo alcançar a vida plena de alegria e
felicidade, não será possível. A vida plena de alegria e felicidade só se pode
dizer que é verdadeira quando animarem mutuamente a todos. Quando cada um se
diverte de maneira que faça as pessoas sofrerem depois, não se pode dizer que é
a verdadeira alegria e felicidade. É um erro pensar que dá para viver por toda
a vida com a alegria e a felicidade sentida pela própria conveniência.
Ainda, na “Instrução 3”, em relação à
vida plena de alegria e felicidade, o Shimbashira nos transmitiu o seguinte:
A vida plena de alegria e felicidade é a imagem de um
mundo em que todos os seres humanos, que são filhos de Deus-Parens, vivem
salvando uns aos outros.
A ambição é lamaçal sem fim.
Purifiquem o espírito inteiramente. É o paraíso! HS. X-4
Se ao menos o espírito for purificado completamente,
tudo será somente prazer. ED. XIV-50
Conforme esses versos, a vida plena de alegria e
felicidade é também o modo de viver purificando o espírito.
O trecho que diz “um mundo em que
todos os seres humanos, que são filhos de Deus-Parens, vivem salvando uns aos
outros” significa conviver pensando no próximo, ajudando e amando-se
mutuamente, em uma vida plena de alegria e felicidade onde o foco são as outras
pessoas. Já na parte que diz “modo de viver purificando o espírito” significa
uma vida plena de alegria e felicidade com o foco em seu próprio espírito,
vivendo alegre e otimista, quaisquer sejam os obstáculos que possam surgir,
amparando-se sempre na vida modelo de Oyassama.
A partir de agosto deste ano,
finalmente começará o “Curso de Formação para os Sucessores do Caminho”, tendo
como tema a “prática diária da vida plena de alegria e felicidade”. Além do
estudo dos ensinamentos básicos transmitidos por Oyassama, será abordado,
também, o tópico “como colocar o ensinamento em prática no nosso cotidiano?”.
Daissuke Nakayama, sucessor do
Shimbashira, faz todo o esforço para contentar seus pais e motivar as pessoas
ao seu redor, nunca esquecendo do ensinamento, fazendo com que as pessoas que
escutam suas experiências se motivem ainda mais à prática do da vida plena de
alegria e felicidade.
O slogan do Curso
de Formação para os Sucessores do Caminho deste ano é “quando
mudamos o nosso espírito, a vida fica mais radiante”, cuja essência/ideia é a
mesma adotada dentro da Associação dos Moços, que tem como presidente o Sr.
Daissuke Nakayama. Através do incentivo do presidente, sinto que cada vez mais
os jovens estão sendo influenciados e inspirados por suas ações.
Ainda, em novembro do ano passado, o
Diretor Geral Administrativo, Zensuke Nakata, palestrou sobre o “Caminho do
ensinamento” daqui para frente e seus objetivos.
Logo de início, reforçou o significado
da “retribuição” e também nos instruiu a respeito de como praticá-la.
Por isso, disse o seguinte:
“Tendo como palavra chave a ‘retribuição’, devem
verificar as coisas que não estão conseguindo realizar e agir depois de feita a
reflexão, unindo o ensinamento com a prática. Através disso, tudo seguirá para
o próximo passo”.
Ainda, reforçou pontos importantes da
fé como “dedicação à igreja”, “razão do dia a dia” e “doação através de tempo
ou dinheiro (tsukushi)”. E, por fim, falou da importância de empenharmos de corpo
e alma e ainda nos encorajou à prática da “retribuição”.
Em relação ao nosso modo de agir como
seguidores deste caminho que rumam à vida plena de alegria e felicidade, o
Shimbashira nos transmitiu o seguinte durante a Grande cerimônia de outono do
ano passado:
“Hoje, com o intuito de fazê-los repensarem sobre o modo
de agir diariamente como seguidor deste caminho, gostaria de falar sobre a
alegria de poder usufruir livremente do corpo emprestado por Deus Parens e o
hinokishin, que expressa gratidão, focando no ensinamento do corpo emprestado e
tomado emprestado e das Oito poeiras, ensinamentos básicos e já muito
familiarizados por todos.
As palavras e ações diárias de um seguidor deste caminho
não são apenas para fazer o seu dia a dia tornar-se mais alegre, é também para
espargir a fragrância às pessoas ao seu redor.
Isso fará com que as pessoas se familiarizem e criem mais
confiança para com a igreja, o modelo de vida plena de alegria e felicidade de
cada localidade. Mais do que qualquer coisa, dentro deste ambiente religioso,
sementes da fé brotarão e sua raiz se fixará no coração dos jovens da igreja e
filhos dos fiéis”.
Vendo desta maneira, à primeira vista,
muitos acharão que as palavras do Shimbashira, do Sr. Daissuke e do Diretor
Geral Administrativo divergem em certo ponto. Na realidade, tudo tem ligação.
O que o Sr. Daissuke disse a respeito
da “prática diária da vida plena de alegria e felicidade” e o Diretor Geral
Administrativo, a respeito da “prática da retribuição”, nada mais é do que o
encorajamento à “prática” do ensinamento. Essas duas coisas são como as rodas
de um carro: imprescindíveis para nossa jornada rumo à vida plena de alegria e
felicidade.
Assim, para darmos um passo à frente
rumo à vida plena de alegria e felicidade, a prática do ensinamento é
indispensável.
A nossa força e motivação para a
realização da prática vem unicamente do nosso sentimento de querer retribuir
pelas graças concebidas por Deus Parens e Oyassama, pelo seu amor parental e
pela alegria de poder desfrutar da vida. Se não houver gratidão e alegria pelas
providências concedidas por Deus Parens, não conseguiremos dar continuidade a
longo prazo à prática do “vida plena de alegria e felicidade” e da
“retribuição”. E mesmo que consigamos, sem o sentimento de gratidão, acaba se
tornando apenas um ato formal.
Para as pessoas que alegremente estão
pondo em prática o ensinamento não cometerem pequenos deslizes, o Shimbashira
está nos transmitindo a importância de sentir de corpo e alma a gratidão pelas
graças e amor parental de Deus Parens, que é a base/essência, quando nos
referimos à prática.
Peço a todos os senhores que reflitam
mais uma vez, através desta oportunidade, no que se refere à vida plena de
alegria e felicidade. Unidos, vamos todos animadamente nos empenhar na “prática
diária da vida plena de alegria e felicidade” e na “retribuição”, tendo como
meta o ensinamento “acordar cedo, ser honesto e trabalhar”.
Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin
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