segunda-feira, 20 de novembro de 2017

COLUNA KAZE OUTUBRO 2017

Coluna Kaze – outubro de 2017

Certa pessoa me disse uma vez que o “reconhecimento da própria predestinação” é algo difícil.
Em relação à predestinação, todos recebemos de Deus a liberdade do uso espiritual e, por isso, através de vários renascimentos e retornamentos, fomos acumulando até hoje tanto sementes boas quanto más.
Fazer mau uso espiritual pensando apenas em si, o que vai contra o desejo de Deus Parens pela vida plena de alegria e felicidade, é plantar a semente dos males. Desta semente, sairão raízes rígidas e teimosas que continuam a nascer mesmo que a cortemos. Isto obstruirá o nascimento das sementes da alegria, acarretando o surgimento de uma predestinação problemática. Pode-se dizer que os vícios ou maus hábitos das pessoas têm em parte o mesmo significado.
Então, se o plantio das más sementes se acumular demais, estará se afastando cada vez mais da vida plena de alegria e felicidade que Deus Parens tanto deseja.
Isto é um grande problema. Por isso, Deus Parens nos incentiva a mudarmos o espírito, a renovarmos o nosso uso espiritual e a retirarmos as más sementes que foram plantadas.
Portanto, é desejável que, em todas as ocasiões, as pessoas reflitam que, apesar da mente não se lembrar, se voltar ao passado (ou vida anterior), certamente será encontrada uma razão para aquilo que ocorre na própria volta, e se este motivo for uma má predestinação, o esforço para renovar o espírito torna-se indispensável. Porém, obviamente, não é fácil reconhecer algo de que não temos memória, por mais que nos digam para fazê-lo. E a autorreflexão torna-se ainda mais difícil quando somos afetados por alguma doença ou algum problema circunstancial, que são os nós.
Contudo, apenas a predestinação de que “as dívidas se acumulam” é uma verdade que se aplica a todas as pessoas do mundo.
É uma interpretação minha, mas acredito que Deus Parens, por ser o nosso parens verdadeiro, sempre deseja conceder as graças a todos os seus filhos, como sempre vem fazendo. Entretanto, pelo fato de o recipiente de nossa alma estar rachado ou quebrado, acabamos derramando-as e não conseguimos receber por completo as providências que poderíamos receber de Deus. No Ofudessaki temos:

Se as dívidas se acumularem gradualmente,
após haverá um caminho semelhante ao dos bois e cavalos. Of. VIII-54

Foi-nos dada a liberdade de usarmos o espírito livremente. Porém, em algumas vezes, até isso não conseguimos. Neste caso, não há como atingir a vida plena de alegria e felicidade. Pois então, por que as dívidas se acumulam?
Isto acontece quando não se reconhece as graças. Desde o início da criação do mundo e da humanidade até a atualidade, recebemos muitas graças divinas e amor parental que nem podemos imaginar. São realmente grandes graças. Em relação a essas graças, quantas pessoas existem nesse mundo que realmente sentem as graças e todos os dias e agradecem e praticam a retribuição?
Ainda, com o abrupto avanço da ciência nessas últimas décadas, a vida tornou-se muito mais prática. Em contrapartida, a quantidade de pessoas que agradecem a Deus pelas grandes graças vêm diminuindo radicalmente. Pior que isso, a quantidade de pessoas que agem como se estivessem “cuspindo para cima” vêm aumentando.
Por Deus Parens ser o verdadeiro parens, Ele não pune seus filhos. Porém, se agir de maneira qualquer, as dívidas se acumularão e o recipiente da alma que recebe as graças se danificará ao ponto de não mais conseguir receber as providências de Deus suficientemente.
Mais especificamente, o que acontece quando as dívidas se acumulam? Isso eu não saberia responder, porém, consigo ter uma pequena noção se der uma olhada no mundo de até agora.
Portanto, espero que pelo menos nós, fiéis, tenhamos a consciência de que as “dívidas se acumulam” e, com isso, pratiquemos o ensinamento do “acordar cedo, ser honesto e trabalhador”, pois este é o caminho para as dívidas não se acumularem.
Ainda, se receber um nó, como doença ou problema circunstancial, tenha como base de sua reflexão que as dívidas estão acumuladas e, assim, se desculpe com Deus Parens por ter lhe causado oyafuko, ou preocupação. Com isso, acredito que conseguirá ter uma boa reflexão.
Oyafuko significa não se importar com o amor dos pais, pensar que o que ganha deles é algo trivial, ignorar seus sentimentos, esperar ganhar demais deles e fazê-los se preocupar por sua causa.
Talvez sejam poucas as pessoas que desrespeitam aqueles que lhes deram à luz, porém, como é em relação a Deus Parens e Oyassama? Será que todos respeitam a Deus Parens e Oyassama como deveriam?
Sei que é difícil reconhecer a própria predestinação, porém, reconhecer o desrespeito a Deus Parens e Oyassama não é algo tão complicado assim.
Daqui para frente, vamos nos conscientizar sobre a dedicação a Deus Parens e Oyassama e rumar juntos para o caminho da evolução espiritual.

Muito obrigado.

Rev. Yoshimassa Shimizu, Condutor da Igreja Mor Heishin.

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